Por Juliana Bernardo
Navegando no universo da inovação já há alguns anos, tenho cruzado com muita gente boa no caminho e uma delas é Felipe Gondin, Founder & CEO da Disruptive Academy, com quem converso abaixo sobre a “glamourização” da inovação e o que isso acarreta aos profissionais e empresas.
Nesse bate-papo rápido, mostro um pouco das inquietações do Felipe, apaixonado por branding, inovação, modelos de negócios e resultados. Em 2018, ele estreou a palestra “Disruptando Propósitos Inovadores”, uma sátira e uma provocação aos três termos mais utilizados nos últimos anos: disrupção, propósito e inovação. Para ele, trabalhar com inovação é apaixonante e os resultados são frutos de sacrifício, como em toda e qualquer profissão.
Formado em Organizações Inovadoras pela Berkeley Haas, Estratégias Disruptivas pela Harvard Business School, Felipe também é especialista em Marketing Estratégico e MBA em Branding. É professor convidado em um curso de MBA de Branding e palestrante sobre inovação, pessoas e modelos de negócios. Já ajudou dezenas de negócios a reinventarem seu modo de pensar sobre o que realmente entregam.
Juliana Bernardo: Felipe, com esse título provocador, o que podemos esperar dessa conversa sobre inovação?
Felipe Gondin: Não pretendo falar sobre nenhum dado curioso sobre como o nosso mundo possivelmente estará no ano de 2039. Quero falar sobre a inovação de agora. Agora e sempre. O tema da moda me levou a estrear, em 2018, uma palestra com o título “Disruptando Propósitos Inovadores”, uma sátira, uma provocação sobre os três termos mais utilizados nos últimos anos: disrupção, propósito e inovação. Falaremos sobre a inovação.
Juliana Bernardo: Como você define a inovação e esse glamour que muitos enxergam?
Felipe Gondin: A premissa da inovação é entregar valor para um grupo de pessoas em específico, que chamamos de público. O meu conceito sobre inovação é: uma ideia nova e que gera valor para a cadeia. É uma novidade que cumpre uma necessidade do consumidor, respeita e remunera quem produz e quem vende.
Para isso, é necessário observar de muito perto o que este grupo de pessoas precisa. É necessário uma equipe com múltiplos talentos para captar as diversas informações disponíveis e que não captaríamos se estivéssemos sozinhos ou somente com pessoas iguais a nós.
Estar cercado de pessoas iguais a nós é um sinônimo de comunidade. Não à toa, cada vez mais ambientes de inovação surgem unindo gente jovem, cheios de sonhos, muita vontade de mudar o mundo e… um pouco de deslumbre.
São hackatons, startup weekends, meetups, summits, conferences, grinds e outras dezenas de eventos que unem pessoas que querem conquistar a próxima grande ideia, apresentar o próximo pitch, conhecer o próximo investidor.
É sedutora a ideia de fazer parte de um grupo de criadores, de gente querendo mudar o mundo. É assim com a música. É assim com as artes. É assim com os negócios.
Juliana Bernardo: Qual seu recado final para começarmos a “desglamourizar” a inovação por aí?
Felipe Gondin: Como no amor, conquistar pode ser simples, mas é a constância e o esforço diário que mantêm a chama acesa. É necessário fazer concessões, colocar sua vontade na medida certa para não ser lá muito agressivo e provocar o melhor no outro, sem causar nenhum dano.
Trabalhar com inovação é apaixonante e os resultados são frutos de sacrifício como em toda e qualquer profissão. Não existem atalhos. Uma boa ideia não vale muita coisa. Sua competência na hora de executá-la é o que vai determinar seu caminho. Sucesso!
Juliana Bernardo assina a coluna “Inovação no Mundo Real”, no Inova360, parceiro do portal R7. Formada em Administração de Empresas, com especialização em Comunicação, Marketing e TI pela USP, Juliana é Líder em Gestão de Inovação no BWG Group Brasil.
https://www.linkedin.com/in/juliana-bernardo
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