Dez dias depois da morte da dublê S.J. Harris em Deadpool 2, o The Hollywood Reporter publicou uma investigação sobre o acidente. Segundo fontes que estavam no local, Harris não tinha experiência com a manobra que deveria realizar, mas a produção do filme a pressionou porque precisavam de uma dublê da mesma etnia e gênero que a atriz principal.
As fontes falaram que membros da equipe alertaram a produção dos riscos da manobra, ainda mais porque Harris não tinha experiência como dublê profissional e não sabia como evitar choques com segurança, o que foi observado nos treinos, mas também foram ignorados. Ela era piloto profissional e licenciada, mas nunca tinha filmado um filme na vida.
A manobra pedia que o dublê dirigisse uma moto em alta velocidade para sair do prédio, descer uma rampa sobre três escadas e parar em uma área próxima.
“Ela estava melhorando, mas eu estava olhando para ela e pensando ‘Meu Deus, é questão de tempo até que ela bata em alguma parede ou atropele alguém’”. Disse um ator que estava treinando Harris no dia do acidente. Um dos membros da equipe de acrobacia alertou a produção no dia da gravação, mas foi ignorado.
Um relatório preliminar emitido pela WorkSafeBC, agência que investiga segurança no trabalho em Vancouver, no Canadá, disse que Harris “dirigiu além do ponto de parada previsto e continuou a derrubar uma segunda rampa nas escadas inferiores”. Ela bateu a cabeça na calçada e foi jogada da motocicleta e lançada através de uma janela de vidro. Várias pessoas tiveram que sair do caminho da moto e, depois que ela bateu, muitos correram para ajudá-la e viram que ela estava gravemente ferida.
O acidente aconteceu logo na primeira tomada e causou indignação na comunidade de dublês de Hollywood. “Os produtores pressionaram para conseguir alguém do mesmo sexo e etnia em uma posição na qual ela não estava qualificada”, diz Conrad Palmisano, coordenador de dublê veterano. Ele esteve em contato com várias pessoas presentes no set de Deadpool 2 naquele dia. “Os coordenadores de dublê cederam à pressão. Tudo que puderam fazer era levar o caso aos superiores. Eles seguiram a ordem hierárquica”.
Depois do acidente, os envolvidos no filme aparentemente chegaram à conclusão de que a culpa era dela, mas para os investigadores, a dúvida é por que ela foi colocada nesta posição?
Segundo o The Hollywood Reporter, Harris era a segunda pessoa listada para fazer a manobra, já que a produção tinha contratado outra mulher que não tinha se comportado bem na moto durante a preparação.
O filme voltou a ser gravado dias depois do acidente, e nem o estúdio Fox e nem o diretor David Leitch se recusaram a comentar o caso. O filme continua previsto para estrear em 1º de junho de 2018.
R7 - Jovem
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