27/09/2013

O Tempo e o Vento: O novo filme nacional com jeitão de saga

O Tempo e o Vento (Foto: Arte Eduardo Garcia)

Prestes a ser lançado em todo o Brasil, O Tempo e o Vento apresenta um longa-metragem com narrativa sensível, atores afiados e conhecidos entre o público e com carão de grande saga. Se passando no Sul do Brasil, conta a história de mulheres fortes que ajudam a descrever o que aconteceu durante a formação do estado do Rio Grande do Sul.

Com sangue indígena e rural e com cenas rodadas em Bagé, o filme apresenta cenários deslumbrantes do sul do país e a mistura de histórias de vários personagens que se entrelaçam ao longo do tempo. Ao invés de ter homens a frente da história inspirada no livro O Continente, de Érico Verissimo, o diretor, Jayme Monjardim, preferiu proporcionar um olhar vindo das mulheres que influenciaram a história com ar de melodrama. Com coprodução da Globo, o filme deve ganhar versão em minissérie.

Quem é quem (Foto: Arte Eduardo Garcia)

 

Cleo Pires e Suzana Pires (Foto: Divulgação)

Cleo Pires e Suzana Pires - Ana Terra

Passou a infância e a adolescência vivendo com o pai, a mãe e o irmão em uma casa afastada e bem perto da natureza. Na vida adulta, se apaixona pelo índio castelhano Pedro Missioneiro com quem teve um filho. Parte para Santa Fé para reconstruir a vida após uma tragédia e se tornar uma grande parteira, não perdendo um bebê se quer.

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Matheus Costa e Matín Rodriguez (Foto: Divulgação)

Matheus Costa e Martin Rodriguez - Pedro Missioneiro

Sua mãe, uma índia, dá a luz ao garotinho em uma das Missões e morre no parto. O padre Alonzo é quem o apadrinha e cria o menino, o ensina a ler, a escrever e o presenteia com um punhal de prata.

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Marjorie Estiano e Fernanda Montenegro (Foto: Divulgação)

Fernanda Montenegro e Marjorie Estiano - Babiana

A personagem é a grande narradora da história. Neta de Ana Terra, aos 15 anos, se apaixona pelo capitão Rodrigo. Com o passar do tempo é ela quem o espera em Santa Fé enquanto ele luta ao lado das tropas. De pulso firme, a personagem acompanha a família e sua rivalidade contra os Amaral.

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Thiago Lacerda (Foto: Divulgação)

Thiago Lacerda - Capitão Rodrigo

Apaixonado por uma boa guerra, é homem corajoso que ostenta farda e medalhas que conquistou nos campos de batalha. Apaixona-se a primeira vista por Babiana, com quem teve dois filhos. Ajuda as tropas que lutam na formação do estado.

 

Leonardo Medeiros (Foto: Divulgação)

Leonardo Medeiros - Bento Amaral

Filho dos Amaral, o personagem é prometido a se casar com Babiana. Faz parte da mais poderosa família de Santa Fé – onde boa parte do filme acontece. Sempre está ao lado do pai, Coronel Ricardo Amaral Neto (vivido por Paulo Goulart), para proteger.

 

Curiosidades (Foto: Arte Eduardo Garcia)

 

Como todo filme, fatos inusitados e que chamaram a atenção nos bastidores não faltam. Veja alguns deles:

>> Pertinho de onde tudo aconteceu
Ao invés de transformar uma região em Sul do País, toda produção viajou até o estado para rodar as cenas. "Uma coisa é filmar em São Paulo e Rio de Janeiro. O difícil é ir para o Rio Grande do Sul com toda a equipe, para a fronteira do País", contou o diretor, Jayme Monjardim, que se sente satisfeito com o sucesso das filmagens.

Marjorie Estiano e Thiago Lacerda (Foto: Divulgação)

>> Roteiro
O maior desafio da produção foi transformar o romance de Érico Verissimo no roteiro final, o que exigiu 27 adaptações, como explicou Jayme: "Se fizéssemos seguindo a obra, seriam seis horas de filme. Queria que o público tivesse uma versão feminina da história. Acho que tinha que ter uma poesia, uma emoção. Uma coisa é você fazer um filme de produção mais simples, de papo cabeça. A intenção deste filme é bem diferente, tentei fazer com uma linguagem bem popular, não consigo abrir mão disso".

Ele ainda explicou o que fez dar mais voz as personagens femininas do romance. "Em Olga [outro filme do diretor] me cobraram um filme político. E eu dizia: 'Mas um filme político não sou eu que vou fazer'. O meu estilo é mais emocional, popular, mais feminino digamos assim."

Suzana Pires (Foto: Divulgação)

>> Tecnologia de ponta
Antes da estreia, o longa-metragem conquistou um marco no cinema sendo rodado e concluído com a tecnologia 4k e 16 bits, o que proporciona uma definição da imagem única. "A finalização foi toda feita em Los Angeles. Nem Oblivion de Tom Cruise conquistou o mesmo feito", disse produtora Rita Buzzar. "Essa tecnologia deve se tornar regra, e não mais um diferencial, dentro de um ano, um ano e meio.

>> Trilha sonora caprichada
O filme conta com canções orquestradas deslumbrantes. "Conseguimos fazer a trilha musical com a Orquestra Sinfônica de Budapeste, na Hungria", contou o diretor. Além disso, o filme se encerra com uma canção de Maria Gadú, cantada em inglês, em parceria com o compositor e pianista americano Jesse Harris.

Cena de uma das batalhas de 'O Tempo e o Vento' (Foto: Divulgação)

>> Cenas reais
Para fazer certas tomadas ficar mais próximas da realidade, a produtora contou que precisou de muito empenho e, acima de tudo, muitos atores. "As cenas de guerra foram reais, com 1 mil cavaleiros de cada lado. Para o filme ser concluído precisou-se de US$ 13 milhões, pouco investimento uma vez sendo considerado uma grande produção."

>> Sotaque
Jayme não se prendeu ao preciosismo da maneira de se falar naquela região e naquela época. "Temos que fazer um filme para o mundo e não para o Rio Grande do Sul. Não tivemos a intenção de fazer com o sotaque local. Além disso, existem muitos personagens marcantes que não nasceram por lá. Vieram, inclusive, de São Paulo."

Fernanda Montenegro e Thiago Lacerda (Foto: Divulgação)

>> Atriz vital
Antes do roteiro ganhar as câmeras, o diretor queria ter certeza que poderia contar com o trabalho de um forte nome da dramaturgia brasileira. "A primeira coisa que queria ter certeza é que Fernanda [Montenegro, indicada ao Oscar de melhor atriz em 1999 por Central do Brasil] faria o filme", contou ele que também elogiou a atuação de Marjorie Estiano, que interpreta o mesmo papel. "Conseguiu o olhar da Fernanda, trazer a serenidade da Fernanda. Você não questiona nenhuma das Bibianas, pelo talento das atrizes. Marjorie fizera como Fernanda fez, com sensibilidade e sutileza, como o filme é. Podíamos fazer o envelhecimento das personagens, mas optamos por atrizes diferentes. Suzana [Pires] faz uma Ana Terra mais madura, enquanto a Cleo exibe sensualidade."

Assista ao trailer:

 

 

O criador e sua obra (Foto: Arte Eduardo Garcia)

Considerado referência na literatura brasileira e por sua especialidade, o sul do Brasil, Érico Verissimo arregaçou as mangas ao criar personagens fictícios que ajudam a contar fatos importantes da história. Apesar do filme se chamar O Tempo e o Vento - nome da trilogia escrita pelo autor -, a produção brasileira se prende a apenas ao primeiro livro: O Continente, lançado em 1949, em Porto Alegre (RS).

Érico Verissimo (Foto: Acervo Editora Globo)

O texto descreve a história com singular união dos fatos abrangendo a formação do Estado do Rio Grande do Sul através das famílias Terra, Caré, Cambará e Amaral. O Retrato, de 1951, e O Arquipélago, de 1962, completam a obra que acompanha 200 anos.

Nascido em Cruz Alta em 1905, Érico Lopes Veríssimo já tinha seus ídolos literários desde os 13, uma vez que já lia autores nacionais como Aluísio Azevedo e Joaquim Manoel de Macedo e autores estrangeiros como Walter Scott, Émile Zola e Dostoievski. Além de escritor, ele precisou trabalhar como balconista do armazém de um tio e como bancário para ajudar no orçamento da família. Tendo assinados vários livros e contos, Érico também colaborou com jornais como Diário de Notícias e Correio do Povo.

Seu casamento com Mafalda Halfen Volpe aconteceu em 1931, dando origem ao filho do casal, Luis Fernando Verissimo - também escritor, roteirista de TV e cartunista. Érico morreu em Porto Alegre, em 1975. A casa em que nasceu em Cruz Alta se tornou museu em 1969.

Para a TV (Foto: Arte Eduardo Garcia)

 

Título pertencente a lista dos mais importantes da TV brasileira, O Tempo e o Vento teve sua versão para a telinha, exibida originalmente em 1985. Na época, o elenco foi formado por Glória Pires (Ana Terra, emblemática personagem na carreira da atriz), Lima Duarte, Louise Cardoso (Bibiana), Tarcísio Meira (capitão Rodrigo), Eloísa Mafalda, José Mayer e Carla Camurati, José Lewgoy, Armando Bogus, Lilian Lemmertz (Bibiana) e Mario Lago.

Glória Pires e Tarcísio Meira (Foto: Reprodução)

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