O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, conversou nesta sexta-feira (19) com representantes do governo australiano sobre o projeto de lei que pretende obrigar os gigantes da tecnologia a pagar a imprensa pelo uso de seus conteúdos.
O primeiro-ministro Scott Morrison afirmou que a Austrália não pretende se curvar às "ameaças".
Desde quinta-feira, os australianos não conseguem publicar links que levam a artigos de notícias, nem consultar as páginas no Facebook dos veículos de comunicação locais, que não podem compartilhar seus conteúdos.
O ministro australiano das Finanças, Josh Frydenberg, informou que conversou com Mark Zuckerberg nesta sexta-feira. As negociações prosseguirão no fim de semana.
"Nós falamos sobre assuntos que persistem e concordamos que nossas respectivas equipes devem analisá-los imediatamente", afirmou Frydenberg no Twitter.
O primeiro-ministro australiano disse em uma entrevista coletiva em Sydney que o bloqueio do Facebook é uma "ameaça".
Morrison afirmou que esta não é uma boa decisão e fez um apelo para que o Facebook "avance rapidamente" e "retorne à mesa".
O bloqueio é uma resposta ao projeto de lei do governo australiano que pretende obrigar o Facebook e o Google a remunerarem os meios de comunicação australianos pela publicação de suas notícias.
Para o primeiro-ministro, este projeto de lei, que será debatido na segunda-feira no Senado, está sendo observado por muitos governos no mundo.
Na quinta-feira, ele disse que conversou por telefone com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
"Isto desperta muito interesse", destacou.
O Facebook permanece firme em sua posição, pois considera que a lei é inaplicável e que a rede social não tem outra alternativa exceto impor as restrições.
Desde que foram impostas na quinta-feira, os números de pessoas que consultam os sites da mídia australiana caíram no país e no exterior, com redução de mais de 20% por dia, segundo a empresa que analisa os dados Chartbeat.
Mas os internautas não parecem ter trocado o Facebook pelo Google, que não registrou um aumento de tráfego significativo.
O bloqueio provocou a revolta de Camberra, pois afetou várias páginas do Facebook oficiais de serviços de emergência. A maioria voltou a funcionar depois de algumas horas.
O Google também havia ameaçado suspender sua ferramenta de busca na Austrália antes de recuar na quarta-feira, quando alcançou um acordo para pagar "quantias significativas" pelas notícias do grupo de imprensa News Corp., do empresário Rupert Murdoch.
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