A cidade de Botucatu (SP), que imunizou sua população em massa com a AstraZeneca, está há oito dias sem registrar mortes por covid-19, pouco mais de duas semanas após a aplicação da segunda dose para mais de 60 mil habitantes. Os dados são da prefeitura local, atualizados até a tarde desta segunda-feira (30).
O município tem apresentado queda nas estatísticas relativas à pandemia desde que começou as aplicações, em 16 de maio, pois a vacina da Oxford já apresenta alto índice de eficácia na primeira dose.
O número de internados, por exemplo, havia atingido o ponto mais alto desde o início da imunização em massa no dia 2 de junho, com 113 pessoas – 76 em enfermarias e 37 em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva). Neste momento, são dez em UTIs e sete em enfermarias.
Acerca dos casos confirmados, também houve redução. O pico ocorreu na semana epidemiológica de 6 a 12 de junho, com 988 registros – ou 141 por dia.
Na última semana (22 a 28 de agosto), com queda de 6,7% em relação à anterior, foram somente 182 casos – ou 27 diários.
No mês anterior à imunização em massa, de 17 de abril a 16 de maio, a cidade teve 29 óbitos pelo novo coronavírus, que significam uma média de uma morte por dia. Desde então, o ritmo estava caindo, até chegar a mais de uma semana sem registros nos últimos dias.
A médica e coordenadora da pesquisa da Oxford, Sue Ann Clemens, comemora os resultados obtidos até o momento em Botucatu, e ressalta a importância de concluir o esquema vacinal.
“Isto mostra a importância de se completar o ciclo de 2 doses da vacinação. A população está de parabéns pelo exemplo de adesão a segunda dose , contribuindo para saúde pública e imunização coletiva. A segunda dose é de importância fundamental para a proteção contra as variantes circulantes no país, especialmente a variante Delta”, afirma Clemens ao R7.
Semelhante ao Projeto S, que vacinou 97% da população adulta de Serrana (SP) com a CoronaVac, o projeto da Fiocruz imunizou 66 mil habitantes de Botucatu em 16 de maio e outros 5 mil uma semana depois, no dia 22. A segunda dose para esses públicos, como se previa no calendário, ocorreu em agosto.
Ao todo, neste momento, 131 mil pessoas foram vacinadas com a primeira dose no município. Com a segunda ou dose única, 111 mil.
O objetivo da pesquisa é descobrir a efetividade da vacina da Oxford após a primeira dose, após a segunda, sobre cada cepa circulante, o impacto da imunização em massa na transmissibilidade e o chamado efeito rebanho.
Desde o chamado ‘Dia D’ até este momento, a cidade já chegou a 131,8 mil pessoas imunizadas ao menos com a primeira dose. Destas, 111 mil já receberam a segunda ou a dose única, que correspondem a três em cada quatro habitantes do município.
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