26/04/2018

UE intensifica pressão sobre redes sociais para combater fake news

UE busca maneiras para impedir que as eleições do ano que vem sofram interferência da web
UE busca maneiras para impedir que as eleições do ano que vem sofram interferência da web Reuters

Gigantes da tecnologia como Facebook e Google devem intensificar os esforços para combater a disseminação de notícias falsas na internet nos próximos meses, ou podem ser sujeitos a novas regulamentações da União Europeia devido ao temor crescente de interferências em eleições.

Até julho a Comissão Europeia irá elaborar um Código de Conduta sobre a Desinformação para toda a UE com medidas para evitar a difusão das chamadas "fake news", como uma análise maior do posicionamento de anúncios, informou o organismo nesta quinta-feira (26).

Os formuladores de política da UE estão particularmente receosos de que a disseminação de notícias falsas possa interferir nas eleições europeias do ano que vem, uma vez que o Facebook revelou que a Rússia tentou influenciar os eleitores norte-americanos através da rede social da eleição de 2016. Moscou nega tais alegações.

"Estas plataformas fracassaram até agora em agir proporcionalmente, ficando aquém do desafio representado pela desinformação e pelo uso manipulativo da infraestrutura das plataformas", escreveu a Comissão em sua estratégia para lidar com as notícias falsas, publicada nesta quinta-feira. "A Comissão pede às plataformas que intensifiquem de forma decisiva seus esforços para combater a desinformação online. Ela considera que autorregulamentação pode contribuir para estes esforços, contanto que seja implantada e monitorada efetivamente".

Os anunciantes e as plataformas de internet deveriam produzir "efeitos mensuráveis" com base no Código de Conduta até outubro, na ausência dos quais a Comissão poderia propor ações adicionais, como uma regulamentação "direcionada a algumas plataformas".As empresas terão se empenhar mais em fechar contas falsas e adotar medidas que reduzam as receitas para disseminadores de desinformação e restrinjam as opções de direcionamento de anúncios políticos.

A Comissão também apoiará a criação de uma rede europeia independente de verificadores de fatos e lançará uma plataforma online sobre desinformação.As revelações de que a empresa de consultoria política Cambridge Analytica --que trabalhou para a campanha do presidente norte-americano, Donald Trump-- acessou indevidamente os dados de até 87 milhões de usuários do Facebook abalou ainda mais a confiança nas redes sociais.

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