A pandemia de covid-19 e a busca por uma retomada rápida da economia abrem espaço para que o celular e uma boa conexão de internet sejam ferramentas importantes para que o turismo volte a ser uma atividade segura e rentável.
O uso de câmeras, sensores e aplicativos coloca centros urbanos no patamar de cidades inteligentes, onde dispositivos pessoais e equipamentos públicos estão conectados e trocando dados o tempo todo. Essas tecnologias ajudam a controlar melhor o fluxo de pessoas e aumentar a sensação de segurança sanitária no retorno à normalidade.
Segundo o professor de Turismo da Universidade Anhembi Morumbi Alan Guizi, a tecnologia pode indicar quais são os locais com menos visitantes e, assim, evitar aglomerações deverão continuar sendo uma situação de risco de contaminação pelo vírus até a estabilização dos casos da doença.
“Quanto mais o turista tiver a previsibilidade de onde ele vai visitar, como está o acesso e se não vai ter hordas de turistas, melhor”, afirma Guizi.
Em Tóquio, Nova York, Londres, Paris, Amsterdã, Berlim e Barcelona já é possível usar aplicativos para reservar uma mesa em um restaurante, agendar e adquirir ingressos em museus, consultar mapas e acompanhar a localização de ônibus e trens com facilidade.
A realidade aumentada é outra aposta para que o turismo seja alavancado após o controle de casos da covid-19 pelo mundo. Algumas empresas do setor já permitem que clientes usem a realidade aumentada para ter um gostinho de como é o destino que vão visitar. Quem estiver interessado em conhecer as praias no Nordeste, por exemplo, pode ter um pouco da sensação de como serão as férias antes de fechar um pacote.
Já no Irã é possível usar óculos ou dispositivos eletrônicos para ver como eram monumentos em seu esplendor antes de virarem ruínas. Uma alternativa para tornar um passeio pelas ruas mais interativo e informativo.
Uma cidade conectada oferece vantagens para seus cidadãos, para os turistas e também para o poder público por interligar diversos serviços e coletar dados importantes sobre o funcionamento da cidade.
No Brasil, cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Florianópolis já investem na área e usam a tecnologia para facilitar a rotina. Segundo o COO da Um Telecom, Daniel Gomes, essa integração é importante para “melhorar os meios e processos da cidade”.
Segundo Daniel Gomes, o setor público e privado podem trabalhar juntos para garantir o desenvolvimento dessas tecnologias. “O poder público tem ativos que interessam ao poder privado e vice-versa”, afirma.
Essa parceria pode estar relacionada à disponibilidade de recursos, a criação de infraestruturas necessárias para implementar as novas tecnologias ou a troca de dados para o desenvolvimento de sistemas que atendam a demanda da população.
As cidades do futuro ainda estão começando a ser estruturadas e podem ser impulsionadas neste período de pandemia, mas depende também da popularização da internet 5G, a quinta geração da internet móvel, ainda não disponível no Brasil.
Esse tipo de conexão é muito mais rápida do que a 4G e permite uma troca de informações em tempo real e praticamente sem atraso, algo essencial para controlar dispositivos com precisão e sem colocar pessoas em risco.
No futuro, essa conexão permitirá que uma câmera de segurança que opera com reconhecimento facial alerte se alguém está usando máscara de proteção ou identifique um criminosos foragido. Em caso de um acidente de trânsito, um sistema automatizado poderá reportar a ocorrência para os bombeiros e para a polícia para um atendimento mais rápido.
“As cidades do futuro devem usar mais os seus recursos e oferecer aos seus cidadãos, turistas e trabalhadores uma melhor qualidade de vida”, explica Guizi.
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