19/05/2021

Tubarões usam o campo magnético da Terra como um GPS, diz estudo

Tubarões utilizam o campo magnético da Terra para voltar para suas regiões de origem
Tubarões utilizam o campo magnético da Terra para voltar para suas regiões de origem Divulgação/Shark-References

Tubarões possuem um 'sistema de navegação' que utiliza o campo magnético da Terra para viajar por longas distâncias de maneira semelhante a um GPS. É o que sinaliza um estudo desenvolvido por pesquisadores da Florida State University, nos Estados Unidos.

Os resultados foram publicados no último domingo (6) na revista científica Current Biology.

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Para fazer esta constatação, os cientistas estudaram 20 tubarões-de-pala, uma pequena espécie de tubarão-martelo, fazendo exercícios simulando os sinais magnéticos de localizações que ficavam a mais de 600 quilômetros de distância dos locais onde foram capturados.

Os animais mostraram que, após capturados, conseguiam se orientar na direção do seu local de origem por meio do magnetismo da Terra.

“Já sabemos há algum tempo que eles têm a capacidade de detectar o campo magnético, mas esta é a primeira vez que testamos com sucesso que os tubarões usam essas habilidades para deduzir qual a sua localização de maneira semelhante aos mapas (GPS)”, destacaram os pesquisadores no artigo publicado.

Tubarões na piscina

Os experimentos foram realizados dentro de uma piscina do tamanho de uma sala, que foi cercada por fios de cobre. Dentro dela, os pesquisadores colocaram os tubarões capturados perto da península da Flórida e usaram a fiação para simular os sinais magnéticos emitidos no local da captura e em posições geográficas que ficam a cerca de 600 quilômetros ao norte e ao sul.

No caso do sinal que apontava para o sul, os tubarões responderam como se estivessem voltando para seus locais de origem, nadando todos na mesma direção, o que sugere que eles "conseguem diferenciar localizações geográficas usando informações do campo geomagnético", disse o estudo.

Quando foi simulada a localização na qual eles foram capturados, onde passam o verão, eles nadaram em direções aleatórias. Já o sinal para o norte os deixou desorientados. Segundo Keller, isso provavelmente acontece porque os tubarões raramente nadam para o norte e, portanto, não conhecem o campo magnético do local: "eles nunca estiveram lá".

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Além disso, os cientistas utilizaram câmeras para monitorar o comportamento dos animais e um software para analisar estatísticas como as relacionadas ao sono e também à direção que os tubarões estavam seguindo.

De acordo com os autores do estudo, os resultados ajudam a explicar o porquê dos tubarões viajarem longas distâncias nos oceanos e mesmo assim conseguirem retornar para a suas regiões de origem. Mesmo com os testes tendo sido realizados apenas com a espécie de tubarões-de-pala, os pesquisadores acreditam que essa sensibilidade a forças magnéticas também está presente em outras espécies.

Em 2005, um tubarão branco foi monitorado em uma grande viagem de mais de 20 mil quilômetros, da África do Sul até a Austrália, ida e volta, praticamente em linha reta, segundo a Science Magazine.

*Estagiário do R7 sob supervisão de Fábio Fleury

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