Em apenas uma semana, Star Wars: Os Últimos Jedi se tornou um sucesso entre a crítica especializada e um problema para os fãs da saga. O filme já arrecadou 560 milhões de dólares (o equivalente a mais de R$ 1,8 bilhão) e é a segunda maior bilheteria de estreia da história, com 220 milhões de dólares (mais de R$ 734 milhões), perdendo apenas para o filme antecessor, Star Wars: O Despertar da Força.
Apesar do sucesso estrondoso nas bilheterias, o filme não se tornou o favorito entre os fãs. Enquanto o antecesor foi criticado por ser parecido demais com Guerra nas Estrelas, longa que deu início à saga em 1977, o lançamento é massacrado por ser diferente demais. Os fãs reclamam que a produção não combina com os anteriores, não valoriza personagens novos e antigos e é diferente do que eles esperavam que fosse.
No site especializado Rotten Tomatoes, em que críticos de cinema da grande mídia e usuários podem dar notas e fazer resenhas sobre o filme, a divisão entre quem gostou ou não de Os Últimos Jedi fica clara. Enquanto 92% dos críticos aprovaram, apenas 53% dos fãs gostaram.
Apesar de ser mais que a maioria, esse é o filme da saga com o menor índice de aprovação dos fãs desde O Ataque dos Clones, de 2002. Na ocasião, 57% dos fãs gostaram e apenas 66% da crítica curtiu. O Despertar da Força, apesar das queixas na época, tem 93% de aprovação da crítica e 88% dos fãs gostaram.
Parte do fracasso do filme no site se deve a um grupo americano de direita, chamado Down With Disney's Treatment of Franchises and its Fanboys ("Abaixo a Disney e seu tratamento das franquias e dos fãs"), que contou ao Huffington Post que criou bots e contas falsas para puxar a nota do filme para baixo. Entre os argumentos usados para explicar o rancor, eles contam que Star Wars tem personagens femininas demais, fez com que Poe Dameron se tornasse uma vítima do feminismo, Poe e Luke se transformaram em "gays" e o controle e o poder da galáxia devia voltar as mãos dos homens.
De fato, a nova franquia de Star Wars pode ser considerada mais progressiva que as antigas. Enquanto antes o filme focava em Luke Skywalker e no jovem Anakin Skywalker, agora a protagonista é Rey, ajudada por um desertor negro do exército de stormtroopers e um piloto da resistência, interpretado por um ator latino. Desde O Despertar da Força, o protagonismo feminino esteve presente com Leia, agora General Organa, a cabeça da Revolução e quem manda e desmanda nos rebeldes.
Mas a pauta progressiva não é o único fator que fez os fãs saírem decepcionados com Os Últimos Jedi. Muitos deles criticam o roteiro, a descaracterização de personagens já consagrados, o mau aproveitamento de algumas personalidades e a inserção de papéis que fazem sentido no Universo Expandido da saga, mas não são explicados durante o filme, como Rose Tico e Capitã Phasma.
Entre as principais críticas, está Luke Skywalker, o grande herói da trilogia original. O grito enfurecido dos fãs aumentou quando Mark Hamill, intérprete do personagem, admitiu que o Luke que ele interpreta em Os Últimos Jedi não é seu Luke. Ele conta em entrevista que ele e o diretor, Rian Johnson, discutiram sobre a personalidade do personagem e nos valores em que o herói acredita e defende, mas, no final, Hamill confessa que esta trilogia é nova e diferente da original, criada por George Lucas.
Apesar de tudo, muitos fãs e a crítica elogiaram a mudança na saga e estão curiosos para saber quais surpresas a Disney reserva no futuro da franquia, já que a corporação anunciou que pretende fazer uma nova trilogia.
O filme está em cartaz nos cinemas brasileiros.
*De Giovanna Orlando, estagiária do R7
R7 - Jovem
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