29/03/2018

Contratos comprovam uso de dados do Facebook por consultoria

Christopher Wylie é a figura central do escândalo em que o Facebook está envolvido
Christopher Wylie é a figura central do escândalo em que o Facebook está envolvido Reuters

O canadense Christopher Wylie, ex-funcionário da Cambridge Analytica, entregou ao Parlamento Britânico, na terça-feira (27), um dossiê que detalha como era o modo de ação da empresa. 

Entre os documentos entregues está o contrato com a Global Science Research assinado por Aleksandr Kogan, neurocientista da Universidade de Cambridge. Inicialmente, as informações coletadas em 270 mil contas do Facebook seriam usados em uma pesquisa acadêmica de Kogan. A partir do contrato, o banco de dados foi usado como base para acessar 50 milhões de perfis na rede social.

Os termos de uso do aplicativo desenvolvido pelo professor autorizava a coleta dos dados de todos os contatos do perfil. Essas informações foram usadas pela empresa para favorecer a campanha de Donald Trump com publicidades direcionadas para determinados públicos na internet, em 2016.

Contrato da Cambridge Analytica com assinatura de Aleksandr Kogan
Contrato da Cambridge Analytica com assinatura de Aleksandr Kogan Reprodução

Um outro arquivo disponibilizado é um memorando confidencial. O documento tinha como destinatários Steve Bannon, figura próxima de Donald Trump, Rebekah Mercer, filha do fundador da consultoria, e Alexander Nix, presidente da Cambridge Analytica.

Esses papeis apontam como poderia ser a ação da Cambridge Analytica nas eleições nos Estados Unidos. Por ser britânica, a empresa enfrentaria algumas limitações impostas pela lei elitoral.

Memorando enviado para Rebekah Mercer, Steve Banno e Alexander Nix
Memorando enviado para Rebekah Mercer, Steve Banno e Alexander Nix Reprodução

A Cambridge Analytica chegou às manchetes dos jornais depois que Christopher Wylie denunciou o esquema de obtenção e uso irregular de dados dos usuários do Facebook

Desde então, a rede social de Mark Zuckerberg perdeu credibilidade. As ações da empresa despencaram nas últimas duas semanas e campannhas na internet incentivam as pessoas a deletarem os perfis na plataforma. 

Entenda o escândalo do Facebook:

Entenda o escândalo do Facebook

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