Júlio Cocielo foi acusado de racismo pelos internautas após fazer uma piada sobre Kylian Mbappé, jogador da seleção da França, que disputou as oitavas de final da Copa do Mundo contra a Argentina neste sábado (30).
O youtuber comentou a arrancada rápida que o craque, que é negro, deu no meio do campo até a cara do gol durante o jogo. "Conseguiria fazer um arrastão top na praia", escreveu.
O caso repercutiu mal e usuários do Twitter descobriram outros posts do influenciador com o mesmo teor racista. Após a polêmica, Cocielo apagou mais de 30 mil publicações no Twitter e teve contratos rescindidos com marcas e patrocinadores.
Apesar da postura questionável, teve quem se mantivesse ao lado do youtuber. Rafinha Bastos saiu em defesa do amigo e disse que ele não merecia esse tipo de tratamento: "O Cocielo é um dos caras mais legais e humildes com quem já convivi. Tem um coração gigante e é admirado por todos, repito, todos os influenciadores que conheço. Perseguir o cara por causa de um erro (ele já se desculpou), é um equívoco imenso. Esse não merece mesmo".
Por outro lado, Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, pais de uma criança negra, pediram boicote ao humorista. "Você tem noção do que são 11 milhões e 200 mil pessoas? Eu ajudo. É a população inteira da Bélgica. É um milhão a mais do que a população de Portugal. São 143 Maracanãs lotados. São todas as pessoas que ainda estão apoiando diretamente um influencer assumidamente racista. Temos que cobrar posicionamento das marcas que o patrocinam, é claro. Mas são os outros famosos que ainda o seguem e, principalmente, as pessoas comuns, anônimas, que verdadeiramente me preocupam. Apoiar uma pessoa racista é ser conivente, sim", afirmou Bruno.
O ator pediu para que as pessoas parassem de segui-lo nas redes sociais. "Preconceito não se combate sozinho. Vamos precisar de todo mundo. A mensagem precisa ser clara e direta. Num mundo digital em que seguidor significa dinheiro e carreira, a gente precisa entender a importância do boicote. Principal instrumento de revolução de Martin Luther King Jr, nos anos 60, nos Estados Unidos da segregação racial, durante o Movimento dos Direitos Civis. As marcas só chegam até essas pessoas porque elas têm audiência, visibilidade, constroem um público que interessa para as empresas atingir. A responsabilidade é de todos. Precisamos, é claro, cobrar as marcas mas também precisamos chamar atenção dos outros famosos que seguem/dão like/fazem parceria com essas pessoas racistas, machistas, LGBTfóbicas e gordofóbicas. É obrigação de todos nós constranger e vigiar nosso círculo social", explicou.
"Educação antirracista não é somente pra criança, racismo não tem idade. A hora de aprender e ensinar é agora. Vão lá no perfil (que eu me recuso a marcar aqui), vejam quem dos seus amigos e influenciadores favoritos seguem a pessoa e puxem a orelha de todo mundo. Na internet, seguidor é visibilidade e dinheiro. Não basta só cobrarmos as marcas, até porque daqui a pouco aparecem outras empresas com memória curta. A forma de colocar no ostracismo e minar a popularidade é fazendo quem que essas pessoas percam seu público, a grande propulsora do trabalho delas. Não é um caso isolado. Não foi o primeiro, não será o último. A gente precisa atuar com quem realmente movimenta essa máquina: a audiência. Racismo é um problema de todos nós", finalizou.
Giovanna, por outro lado, reforçou que o post de Cocielo não pode ser considerado como piada. "Segunda do dia!!! Odeio ter que postar coisas tão repugnantes e tristes como essa... Mas é necessário!!! Ainda fico chocada como podem existir pensamentos como desse tipo de pessoa... Isso não é uma brincadeira e nunca foi!!! Isso é racismo!".
Por meio de sua assessoria de imprensa, Cocielo explicou que não tinha a intenção de ofender ninguém e justificou que estava se referindo a velocidade do jogador na hora do lance. "Ele faria o mesmo comentário se fosse uma pessoa branca ou uma pessoa negra, ele fez uma brincadeira sobre a velocidade que o cara correu. Ele costuma brincar com as coisas da Copa, está sempre fazendo isso na internet. Estamos tranquilos com relação a isso, não teve cunho racista", declarou a porta voz de Cocielo.
R7 - Jovem
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