Cientistas japoneses disseram nesta segunda-feira (30) que irão iniciar no próximo mês testes clínicos de tratamento para a doença de Parkinson, transplantando células-tronco "reprogramadas" para o cérebro na busca de um avanço no combate ao distúrbio neurodegenerativo.
A doença é causada pela falta de dopamina produzida por células cerebrais, e pesquisadores há muito tempo tentam usar células-tronco para restaurar a produção normal do químico neurotransmissor.
Os testes clínicos começarão depois que pesquisadores da Universidade de Kyoto, no Japão, conseguiram usar células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) para restaurar células cerebrais funcionais em macacos no ano passado.
As chamadas células iPS são produzidas removendo células maduras de um indivíduo — muitas vezes da pele ou do sangue — e as reprogramando para se comportarem como células-tronco embrionárias. Elas podem, então, ser transformadas em células cerebrais produtoras de dopamina.
"Esse será o primeiro teste clínico usando células iPS para a doença de Parkinson", disse Jun Takahashi, professor do Centro para Pesquisa e Aplicação de Células iPS da Universidade de Kyoto, em coletiva de imprensa.
O centro é liderado por Shinya Yamanaka, que em 2012 recebeu o prêmio Nobel de medicina junto com o cientista britânico John Gurdon, pela descoberta de que células adultas podem ser transformadas em células semelhantes a de embriões.
O fato de que os testes clínicos usam células iPS ao invés de células embrionárias humanas quer dizer que o tratamento seria aceitável em países como a Irlanda e em grande parte da América Latina, onde células embrionárias são proibidas.
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