26/07/2018

Redes de pesca são a provável causa da morte de 100 pinguins em SC

A provável causa da morte dos mais de 100 pinguins-de-magalhães encontrados ao norte de Florianópolis, em Santa Catarina, na segunda-feira (23), foi a pesca incidental. É o que apontam os resultados preliminares das necropsias já realizadas nos animais.

“Pelo que percebemos, eles provavelmente morreram por asfixia, as lesões são compatíveis com redes de pesca. A confirmação deve se dar em dois meses, após análises em laboratório”, afirma Cristiane Kolesnikovas, veterinária da Associação R3 Animal, em entrevista ao R7.

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A entidade, que resgata animais silvestres na região junto da equipe do PMP-BS (Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos), encontrou 18 pinguins mortos na praia da Cachoeira do Bom Jesus e outros 10 na praia dos Ingleses.

Pinguins jovens

Segundo a especialista, os animais eram jovens e ainda não haviam completado um ano de idade: “É possível dizer pela coloração acinzentada da plumagem. Ela muda para o preto e o branco só depois que eles fazem um ano. Infelizmente, é comum a morte de animais marinhos pela pesca incidental — eles ficam presos nas redes e não conseguem respirar”.

No mesmo momento que as aves foram encontradas encalhadas nas praias Cachoeira do Bom Jesus e Ingleses, outro instituto — o Australis/Projeto Baleia Franca, que realiza monitoramento por meio de barcos em praias curtas — recolheu outros 80 pinguins-de-magalhães boiando na mesma região. Apenas um foi resgatado com vida.

“Fazemos o monitoramento uma vez por semana desde 2015. É a primeira vez que encontramos esta quantidade de pinguins, foram necessárias quatro horas até que todos fossem recolhidos. Nenhum deles estava em processo de decomposição”, diz Karina Groch, diretora de pesquisa do Instituto Australis.

Migração da Argentina para o Brasil

No dia seguinte ao recolhimento, terça-feira (24), mais 14 aves foram achadas pela Associação R3 Animal na Praia do Moçambique, na porção nordeste de Florianópolis.

Os pinguins-de-magalhães — espécie cujo nome científico é Spheniscus magellanicus — vivem em colônias reprodutivas na região da Patagônia, na Argentina. Eles migram para o Brasil ao longo das costas sul e sudeste no inverno, em busca de alimento. A veterinária Cristiane Kolesnikovas pondera que, durante a travessia, é comum que alguns dos animais fiquem mais fracos, se desgarrem do bando e acabem morrendo. É improvável, entretanto, que este seja o caso das aves encontradas em Santa Catarina.

Mais de 100 pinguins são achados mortos em Florianópolis. Veja fotos

 

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