03/10/2019

O que você vai ser quando crescer? A resposta esconde desafios!

Por Cid Vianna

Um dia desses, um amigo me contou que durante um almoço de família, seu filho de apenas seis anos o surpreendeu ao ser questionado com a clássica pergunta: “O que você vai ser quando crescer?”.  Sem titubear e nem desviar o olhar do prato de sobremesa ele respondeu: “Digital influencer!”.

Mas o que aconteceu com o a carreira de engenheiro, médico, astronauta, bombeiro ou lixeiro???

O que aconteceu não foi somente com estas carreiras. O que vem acontecendo atinge todo o mercado de trabalho atual e futuro. É isso que está mudando e devemos passar a observar com atenção.

Se você tem menos de 45 anos, pule este parágrafo.  Agora se você tem mais de 45 anos, provavelmente você foi inscrito, por pressão dos seus pais, em um curso de DATILOGRAFIA. Sem saber usar a máquina de escrever provavelmente no “futuro” você estaria fadado a não conseguir emprego em lugar algum.  Isto faz sentido para você? De uma forma potencializada é isto que vemos hoje.

A cada dia, novas tecnologias surgem e transformam nosso cotidiano.  Da mesma forma que o computador substituiu a máquina de escrever, permitindo que a habilidade ao datilografar desse espaço a inúmeras outras funcionalidades onde a velocidade ao digitar não é relevante.  A ênfase aqui vem do fato de que, se colocarmos lado a lado esta mudança à avalanche diária de coisas novas que estamos expostos, a proporção é sem precedentes.

Mercados simplesmente deixaram de existir, leia-se material fotográfico versus fotos digitais.  Outros mudaram ou se desfiguraram completamente – locação de mídias contra downloads de filmes. Vinil x MP3, lojas físicas x e-commerce. E por aí vai…

Nada mais óbvio que tudo isso também reflita nas carreiras e profissões.

Aliás, a analogia cabe como uma luva: algumas profissões provavelmente irão desaparecer, outras deverão ser muito ajustadas a um novo contexto baseado na tecnologia e algumas irão surgir para satisfazer novas demandas e mercados.

Pois bem, querer ser um digital influencer, ou seja, um profissional de mídia digital que terá capacidade de, através de seus posts, atingir pelas redes sociais milhares de pessoas e, desta forma, ser capaz de influenciar a forma que as pessoas pensam, sim é uma profissão.

O médico, o engenheiro e o advogado, para citar algumas carreiras clássicas, provavelmente continuarão existindo, entretanto com um viés de tecnologia embarcada enormemente maior do que atualmente vemos. Cirurgias à distância, feitas por braços robôs e usando nano tecnologia para repor tecidos queimados, sistemas de inteligência artificial que fazem a análise preliminar de processos jurídicos e simuladores em 3D que permitem construir e desconstruir uma estrutura quantas vezes for necessário, visando maior segurança e ou economia, respectivamente.

Novas habilidades serão exigidas. Precisamos ser multidisciplinares, conhecer bancos de dados relacionais, termos como inteligência emocional, mindfullness, team sharing, etc. E isso é só o começo!

Portanto caros leitores, repensem suas profissões. Provavelmente vocês vão se encontrar matriculados ou talvez cursando algum curso de datilografia que vai agregar muito pouco ou mesmo nada à sua carreira.

Pior. Talvez sua profissão nem mesmo vá existir.

 

Cid Vianna assina a Coluna Quarta Ponto Zero, no Inova360, parceiro do portal R7. É diretor de novos negócios do Grupo T2I e apresentador do quadro Quarta Ponto Zero no programa de TV Inova360, na Record News.

cid@fatorconsult.com.br

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