23/07/2020

Entenda o que são cometas e por que deixam um rastro brilhante no céu

O cometa Neowise poderá ser visto do Brasil, a olho nu, a partir desta quarta-feira (22) até o dia 30 de julho. O corpo celeste só passará novamente pelo planeta daqui 6.800 anos. Mas, afinal, o que são cometas? Quando surgiram? Por que passam de tempos em tempos pelo mesmo lugar? Essas e outras dúvidas foram respondidas pelo coordenador do Observatório de Astronomia da Unesp Bauru, Rodolfo Langhi

*Estagiária do R7, sob supervisão de Pablo Marques

Langhi explica que um cometa é composto basicamente de rocha, tal como existe aqui na Terra, e gelo

Os tamanhos dos cometas variam bastante. Podem ir desde alguns metros e até centenas de quilômetros, chegando a atingir a extensão de montanhas, como o Everest

As caudas compridas e brilhantes dos cometas, aspecto pelo qual são conhecidos, nada mais são do que as partículas de rocha e poeira que se soltam no espaço enquanto os cometas se movimentam pelo espaço. Essa é a parte que pode ser observada aqui da Terra como um risco luminoso no céu

"Os cientistas acreditam que os cometas se originaram na mesma época em que o Sistema Solar estava se formando, há cerca de 4,8 bilhões de anos", afirma Langhi. Segundo ele, os corpos celestes se formaram em uma região chamada Nuvem de Oort, situada a uma distância 50 mil vezes a distância da Terra até o Sol

O Sol possui cerca de 99,9% de toda a massa do sistema solar. Por esse motivo, estrelas, planetas e cometas giram em torno dele, e consequentemente, passam de tempos em tempos pelo mesmo lugar. No caso do cometa Neowise, a cada 6.800 anos uma volta é completada

Langhi acrescenta que alguns cometas podem ficar presos em uma órbita fechada em torno do Sol, dando voltas periódicas em torno dele, e outros podem assumir uma órbita aberta, passando por ele apenas uma vez e nunca mais voltar. Há também aquele que vão em direção ao Sol e são destruídos pelas altas temperaturas

As temperaturas dos cometas variam de acordo com a distância em que se encontram do Sol, que é a principal fonte de calor do Sistema Solar. Quando ainda estão na Nuvem de Oort, suas temperaturas são extremamente baixas. A distância do Sol também interfere no brilho que pode ser visto aqui da Terra – quanto mais próximo, melhor a visualização

Muitas sondas espaciais já foram enviadas à cometas. Na missão Deep Space 1, realizada em 2001, a NASA se aproximou do cometa Borelly. A agência espacial também conseguiu visitar o cometa Wild2, em 2004, e recolheu materiais dele com a finalidade de trazer de volta à Terra para análise

Além disso, a ESA (Agência Espacial Europeia) já visitou dois cometas: o Halley, em 1986, e o Churiumov-Gerasimenko, em 2014, chegando, inclusive, a pousar nele

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