Uma pesquisa publicada na revista científica Nature Microbiology na terça-feira (28) tentou identificar a origem do Sars-CoV-2, vírus responsável pela atual pandemia de covid-19. Pesquisadores dos Estados Unidos, Reino Unido, China e Bélgica identificaram três possíveis datas para o surgimento dessa cepa viral: 1948, 1969 e 1982.
Segundo o estudo, o subgênero viral do qual o Sars-CoV-2 e o Sars-CoV fazem parte, chamado de sabercovírus, passa por recombinações frequentemente e possui uma diversidade genética importante, principalmente na China.
Os pesquisadores explicam que o Sars-CoV-2 não é uma variação de nenhum sabercovírus encontrado até o momento e a presença de receptores ACE2 humanos, que possibilita que o vírus infecte os seres humanos, é, provavelmente, uma característica ancestral e não algo que foi adquirido recentemente.
Para chegar a essas datas o estudo tentou recriar a árvore genealógica do vírus, utilizando três técnicas diferentes de comparação com outros sabercovírus. Dessa forma o estudo identificou o vírus RaTG13 como o parente mais próximo do Sars-CoV-2, porém cada técnica aponta uma data provável diferente para a separação.
O artigo explica que os coronavírus são altamente recombinogênicos, ou seja, recombinam partes de RNA, pequenas sub-regiões do material genético, que podem ter origens independentes.
“Os vírus da gripe reagrupam, mas não sofrem recombinação homóloga nos segmentos de RNA, o que significa que as perguntas sobre origens para surtos de influenza sempre podem ser reduzidas às perguntas sobre origens para cada um dos oito segmentos de RNA de influenza”, informa o artigo.
O estudo informa ainda que o vírus que circula em morcegos já possui os receptores para humanos, sugerindo que o vírus possa ter contaminado humanos sem a necessidade de hospedeiro intermediário, mas não exclui a possibilidade de ter os pangolins como intermediários.
“[...] as evidências atuais são consistentes com o fato de o vírus ter evoluído em morcegos, resultando em sarbercovírus de morcego que podem se replicar no trato respiratório superior de ambos: humanos e pangolins.”
*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini
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