26/02/2018

Agentes russos hackearam abertura de Olimpíadas de Inverno, diz jornal

Ataque seria uma retaliação ao banimento do país dos Jogos de Inverno
Ataque seria uma retaliação ao banimento do país dos Jogos de Inverno Reuters/Christof Stache

Espiões militares russos foram os responsáveis pelo vírus que comprometeu a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, segundo agentes de inteligência americanos. O plano ainda envolveu fingir que o ato foi praticado por hackers da Coreia do Norte.

O ato foi classificado como um típico ataque de "bandeira falsa", quando uma operação é feita para colocar a culpa em outras nações ou grupos. A acusação foi feita por dois agentes de inteligência americana não identificados em uma reportagem do jornal Washington Post.

Para camuflar suas ações, os agentes russos utilizaram IPs da Coreia do Norte, após invadirem roteadores do país.

O ataque foi realizado com um vírus chamado “Olympic Destroyer” (Destruidor Olímpico), e comprometeu o funcionamento dos sistemas de ingresso do evento, além de redes Wi-Fi utilizadas por jornalistas e serviços de TV. Ao menos 300 computadores que faziam parte da estrutua dos Jogos Olímpicos foram afetados.

Como resultado, redes de comunicação enfrentaram problemas, além de pessoas que não conseguiram imprimir seus ingressos e não conseguiram assistir a cerimônia de abertura.

Drones que seriam usados na apresentação falharam em levantar voo, fazendo com que organizadores usassem imagens pré-gravadas dos drones em transmissões televisivas globais. O malware Olympic Destroyer foi projetado para deixar computadores off-line ao deletar arquivos de sistema importantes, o que deixaria as máquinas inúteis.

Segundo os agentes ouvidos pela reportagem, o ataque foi feito por hackers da GRU, o serviço militar de espionagem russo, além de criminosos de um grupo identificado como Fancy Bear (Urso Elegante).

Um dos possíveis motivos para o ataque seria o banimento da delegação russa dos jogos, após um endurecimento do combate do doping.

Os atletas do país que competiram foram designados como "atletas olímpicos da Rússia" (ou pela sigla OAR) e suas medalhas não serão contadas no registro histórico do país. O uso da bandeira do país também foi proibido.

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