Por Alex Silva
A vontade de vencer leva milhões de investidores à adrenalina diária de ganhar e perder fortunas em segundos. Como lidar com a instabilidade?
Não importa o tipo de investimento, todos que depositam o primeiro centavo em uma ação da bolsa, um fundo de investimentos ou mesmo no Tesouro Direto, esperam sempre alta rentabilidade. É a vontade de fazer o dinheiro render por si só e dobrar as economias acumuladas.
A busca pelo ouro em tempos digitais trouxe uma nova gama de investimentos que prometem, a curto, médio e longo prazos, a rentabilidade desejada, porém, não sem a adrenalina dos riscos. Diariamente, as pessoas são atraídas por anúncios na internet que prometem novas oportunidades de investimentos.
As opções binárias são uma forma de se investir, porém, não sem o conhecimento necessário sobre o mercado, a economia, as oscilações da Bolsa e outros fatores que, se ignorados, transformam o investimento em jogo de azar. Assim é com todos os investimentos. Principalmente com o Bitcoin.
De certa forma, não mais que muitos mercados. Hoje, segundo a Blockchain, o Bitcoin está valendo US$ 10.148,40, mas há alguns meses, chegou a valer US$ 4 mil. Em 2013, valia US$ 1.000,00 e após certo alvoroço, caiu pela metade deste valor, minutos após milhares terem aplicado suas economias na criptomoeda.
Segundo o analista do criptomercado, Tone Vays, essa desvalorização é de caráter alto, embora bem conhecida dentre os investidores, e ocorre por questões que às vezes fogem da realidade vivida por outros ativos em outros mercados financeiros.
“Não existe no universo da criptomoeda, por exemplo, só o Bitcoin. Isto já é um fator preocupante à parte e que mexe com sua oscilação. Atualmente, o BTC ainda domina o mercado de moedas digitais, com um total de 69% de participação, e esta dominância lhe fortalece, tendo em vista a saída de outras moedas como a Altcoin ou a queda da Ethereum, mas também o torna instável em razão da vulnerabilidade e constantes incertezas do cenário internacional, sobre regulação e outras fragilidades”, afirma Vays.
Como é a instabilidade do Bitcoin?
A falta de um índice de volatilidade, por exemplo, é algo que ainda atrapalha no mercado de Bitcoin, dadas as constantes incertezas sobre a força da moeda. Em outros ativos e mercados financeiros, o índice de volatilidade aufere o grau de risco que um ativo oferece durante um período de negociação, quando seu valor sobe e desce com muita rapidez e sem controle. Se, neste período, a oscilação for muito rápida e constante, o risco de perda é grande e a volatilidade do ativo é considerada alta.
Insegurança na regulação de outros países
Existem alguns mitos em torno do Bitcoin, como, por exemplo, o uso da moeda em lavagem de dinheiro e esquemas de corrupção, ou ainda, para o tráfico de drogas e evasão de divisas, principalmente em países onde hoje ela não esteja regulada.
É o caso da Rússia, por exemplo, que em 2014 desconfiou de todas as transações envolvendo a criptomoeda. Por conta disso, apenas 2% da população russa investe na moeda digital e a incerteza quanto a uma regulação a médio ou longo prazos, também afasta investidores, o que é compreensível. Quem quer perder dinheiro?
Aceitação por empresas e outros mercados
Por outro lado, o fato de que algumas empresas aceitem a moeda em suas transações, faz com que mesmo em países sem regulação, ela se torne uma “tentação” digital a quem deseja aplicar dinheiro. No Brasil, pouco menos de 200 lojas aceitam ao dinheiro virtual. O mesmo ocorre nos EUA e em alguns países da Europa, onde o uso do Bitcoin é consideravelmente baixo.
Contudo, à medida que mais e mais lojas passam a aceitar a criptomoeda, sua valorização aumenta, com a certeza de que a ampla aceitação em todo mundo seja questão de tempo. No Japão, por exemplo, a criptomoeda já é usada em praticamente todas as transações. Quando a Dell USA passou a aceitar Bitcoin na compra de equipamentos, em 2018, a cotação da moeda chegou a subir 15$ poucos minutos após o anúncio da empresa no Twitter.
Apesar das constantes oscilações, o Bitcoin está despertando o interesse de países e mercados, como uma nova opção de crescimento e, por que não dizer, segurança econômica, em momentos incertos de crise e, assim como ele, vários ativos estimulam a busca do ouro, sobretudo, em tempos digitais. Contudo, um longo caminho tem de ser pensado até que seja uma opção acessível a todos. Afinal, em se tratando de investimentos, ganha não apenas quem lucra alto, mas principalmente, quem consegue manter suas economias por mais tempo nas mãos.
Alex Silva é colunista do Inova360 e comentarista do Programa de TV Inova360. É CEO da NWMídia Consulting e palestrante
Site: https://www.alexsilvanegociosdigitais.com.br/
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