Pessoas de todas as partes do Brasil e do mundo poderão observar a superlua de sangue, que atingirá seu pico às 22h49 desta terça-feira (25). O fenômeno virá acompanhado de um eclipse lunar total, que não será vísivel por aqui, mas poderá ser acompanhado em sua totalidade na Austrália e no leste da Ásia.
Segundo o professor Rodolfo Langhi, coordenador do Observatório de Astronomia da Unesp (Universidade Estadual Paulista), esse é um evento astronômico raríssimo. Uma superlua acompanhada de um eclipse lunar total só virá a ocorrer novamente em 8 de outubro de 2033.
"Uma superlua, por si só, já não é um fenômeno que acontece com tanta frequência, pois é preciso que a Lua esteja na fase cheia e em seu ponto mais próximo da Terra — o chamado perigeu. Quando isso ocorre, a Lua aparenta estar maior e mais brilhante para nós, observadores", afirma. "No caso desta superlua de sangue, trata-se de algo ainda mais raro, pois coincide com um eclipse lunar total."
Langhi explica que o nome do fenômeno tem origem nos Estados Unidos, onde tribos indígenas marcam a passagem do tempo pelas luas cheias. A superlua rosa, por exemplo, que ocorreu no final do mês abril, é chamada desta forma porque acontece na mesma época em que as flores róseas Phlox Subulata, uma planta selvagem norte-americana, desabrocham.
"No caso da superlua de sangue, o nome se deve a cor avermelhada que o satélite natural da Terra apresenta durante o eclipse", diz. "Durante o fenômeno, parte da luz solar é filtrada pela atmosfera terrestre e projetada na Lua, causando essa impressão."
De acordo com o professor, para acompanhar o fenômeno, é muito simples. O observador não precisará se deslocar para um local afastado das luzes da cidade e poderá ver a superlua da janela de casa.
"Às 22h49, quando a superlua atingirá seu pico, a Lua estará quase no ponto mais alto no céu. A orientação é virar o rosto para leste e levantar a cabeça levemente para cima", afirma. "Vale ressaltar, no entanto, que a partir do pôr-do-Sol, o satélite natural da Terra já estará visível e, independentemente do horário, a visão será praticamente a mesma."
Apesar de os brasileiros não serem privilegiados com a visão do eclipse, será possível observar o fenômeno em tempo real pela internet. O Virtual Telescope Project, baseado na Itália, transmite imagens do raro fenômeno visto por telescópios localizados na Austrália, na Nova Zelândia e também nas Américas, mas somente na quarta-feira (26) a partir das 7h.
*Estagiária do R7 sob supervisão de Pablo Marques
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