28/09/2020

Aparelhos televisivos: o que há de mais moderno e o que está por vir

A primeira transmissão de TV no Brasil completou 70 anos este mês. Desde 18 de setembro de 1950, quando foi inaugurada a TV Tupi, em São Paulo, os aparelhos televisivos evoluíram de forma espantosa — e a expectativa é que tecnologias ainda mais inovadoras estejam por vir. O R7 conversou com o diretor da Inatel — primeira faculdade de engenharia elétrica focada em telecomunicações do Brasil —, Carlos Marins, e com o gerente sênior de produtos das áreas de TV e áudio da Samsung Brasil, Guilherme Campos, para saber quais são as principais novidades do mercado e tendências para um futuro de curto, médio e até longo prazo

*Estagiária do R7 sob supervisão de Filipe Siqueira

Segundo Marins, uma tecnologia que já é tendência no mercado e promete se intensificar cada vez mais nos próximos anos é a resolução 8K — sucessor da resolução 4K, atual modelo dominante HD

"Com qualidade equivalente à das telas de cinema, as TVs 8K contam com 7680 x 4320 pixels, 4 vezes mais do que uma TV 4K", afirma. "Além disso, o aparelho conta com uma programação que proporciona ao espectador, por meio da melhoria do som ambiente, a sensação de estar imerso na cena"

De acordo com Campos, vale destacar a linha de TVs QLED — sigla criada pela própria Samsung para quantum dot LED (pontos quânticos de LED). Devido a tecnologia, as TVs QLED apresentam cores muito mais vibrantes e fiéis do que os televisores LCD

O especialista afirma que a QLED veio como um nome importante para a ampliação do mercado premium e se tornou referência no segmento – não apenas pela qualidade de imagem, mas também pelo design e usabilidade

Ainda falando sobre a linha QLED da Samsung, outra novidade da empresa que promete ser uma tendência de mercado é a The Sero, girável em 90 graus. O objetivo da tecnologia é se adaptar aos novos formatos de vídeo, como os do Instagram, exibidos na posição vertical

"A ideia surgiu a partir da percepção de que o público engajado em redes sociais estava desassistido quanto a conteúdo de TV", conta o gerente. "O mercado terá que se adaptar às novas necessidades e desejos do consumidor"

Para Campos, as próximas gerações de TV também contarão com uma tecnologia que já existe no mercado e deve se intensificar cada vez mais: o IOT, sigla em inglês para Internet of things — em português, internet das coisas. O conceito se refere à interconexão digital de objetos cotidianos a internet

Atualmente, a maior parte das TVs Crystal 4K da Samsung vem instaladas com um aplicativo chamado Smart Things, uma plataforma de IOT para os equipamentos da marca. "Você abre o aplicativo na sua Smart TV e ele mostra todos os equipamentos da empresa que você tem na sua casa. Com isso, é possível, por meio do controle remoto, ligar e desligar o ar condicionado, a máquina de lavar e conferir o que tem dentro do congelador, por exemplo"

"Por meio de comandos de voz, o indivíduo também consegue controlar equipamentos inteligentes de outras marcas, que contam com um sensor bluetooth", completa

Em um futuro não tão distante, Campos acredita que as empresas poderão botar em prática um projeto batizado de shoppable (em português, comprável). A tecnologia possibilitaria a compra de elementos presentes na tela de um filme, série ou programa de TV por meio de uma conversa fluida entre o espectador e o comando de voz

O gerente explica como funcionaria na prática: "Vamos supor que a pessoa está assistindo um filme e gostou da roupa do ator. Ela pega o controle remoto e pergunta o que ele está vestindo. O comando de voz responde: 'Uma camiseta da marca X, uma calça da marca Y e um tênis da marca Z. Quer comprar?'. Você responde que quer. Ele fala: 'Ok, a loja mais próxima da sua casa X fica a 3km. Quer que chame um Uber para você? Ou, ainda: 'Esse é o site da loja'. Você, então, compra as peças de roupa e em 3, 4 dias está na sua casa"

"É um projeto que ainda não saiu do papel, mas eu vejo como super viável e já foi pauta de discussão em feiras de inovação em um passado bastante recente", completa

Em futuro próximo, o diretor da Inatel, Carlos Marins, prevê que as TVs virão equipadas com óculos de realidade virtual. "Muitos dos programas que são gerados para televisão já são sendo adaptados para que possam ser assistidos com os óculos. Acho que o mundo da televisão tende a se aproximar cada vez mais da realidade virtual e vice-versa", diz

Por outro lado, em um futuro ainda longínquo, Marins imagina que as TVs contarão com recursos holográficos, isto é, exibirão imagens ópticas tridimensionais na forma de hologramas. A holografia já é uma realidade, mas ainda não está disponível comercialmente. A imagem acima mostra um holograma de um elefante, exibido em 2019 no picadeiro do circo alemão Roncalli

"Você não enxerga em três dimensões porque alguma ferramenta te dá essa sensação – como é o caso dos óculos de realidade virtual. A imagem se forma no espaço. Parece ficção científica, porque é como se a pessoa aparecesse na sua frente", afirma. A imagem acima mostra a ex-tenista e apresentadora austríaca Barbara Schett (à esquerda) entrevistando a tenista checa Karolina Pliscova (à direita), representada em holograma. A entrevista foi exibida pelo canal europeu Eurosport em 1º de setembro deste ano

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