A cantora americana vencedora de três prêmios Grammy, Lizzo, acredita que o movimento "body positive" foi transformado em algo "comercial" pelo mainstream e sequestrado por aqueles que não precisam dele.
Ela fez os comentários enquanto comemorava ser a "primeira mulher negra grande" a aparecer na capa da revista Vogue.
O body positive ou body positivity prega a aceitação de todas as formas e tamanhos de corpos.
"É comercial", disse a estrela de Truth Hurts. "Agora, você olha para a hashtag 'body positive' e vê meninas pequenas e com algumas curvas."
E continuou: "Muitas garotas brancas. E eu não acho nada sobre isso porque a inclusão é o tema da minha mensagem sempre".
A artista de 32 anos disse que estava feliz que o movimento tivesse se popularizado, mas que não gostou de como as pessoas para quem o termo foi criado "não estão se beneficiando dele".
"Meninas com costas gordas, meninas com barrigas caindo, meninas com coxas que não são separadas, que se sobrepõem", disse ela. "Garotas com estrias. Garotas que estão no clube dos maiores tamanhos."
"Elas precisam se beneficiar do... efeito no mainstream do movimento body positive. Mas como tudo que se torna popular, se transforma. Isso se torna — você sabe, se torna aceitável."
A pop star confirmou sua posição como um dos nomes mais respeitados da música moderna ao conquistar três prêmios Grammy, incluindo o de melhor performance solo pop por Truth Hurts, em janeiro.
Ela disse que, a essa altura, seria preguiça da parte dela apenas "dizer que sou positive body", e que o próximo passo seria normalizar corpos maiores.
"Eu gostaria de ter um corpo padrão", continuou. "Eu quero normalizar meu corpo. E não apenas ficar tipo, 'Ooh, olha esse movimento que legal. Ser gordo é positivo para o corpo'."
"Não, ser gordo é normal. Acho que agora devo isso às pessoas que começaram esse movimento. Não apenas parar por aqui. Temos que deixar as pessoas desconfortáveis de novo para que possamos continuar mudando.
"Mudar é sempre desconfortável, certo?"
O tema do peso corporal voltou à agenda mais uma vez durante a pandemia do coronavírus.
Em agosto, uma análise global sugeriu que ser obeso dobra o risco de precisar de um tratamento hospitalar quando alguém é infectado pelo vírus e aumenta o risco de morte em quase 50%.
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