Um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, desenvolveu um estudo que revelou que as pessoas ao redor do mundo usam as mesmas expressões faciais em alguns momentos de surpresa, admiração e felicidade, como na vitória do seu time, ao ver fogos de artifício ou quando estão em um casamento.
Para fazer a constatação, os cientistas utilizaram um modelo de inteligência artificial (IA) baseado em uma rede neural, que permite aos pesquisadores analisar o comportamento do mundo real em diversos contextos sociais.
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Voluntários que participaram do estudo forneceram dados para treinar o algoritmo para que ele pudesse identificar 16 padrões de movimentos faciais diferentes associados a algumas categorias de emoção.
O algoritmo agrupou diversas expressões faciais que uma pessoa pode ter, como um sorriso ou uma cara fechada. Após esse processo, os cientistas inseriram no algoritmo cerca de 6 milhões de vídeos do YouTube vindos de 144 países diferentes, para que fosse possível analisar as pessoas em alguns ambientes sociais.
A inteligência artificial utilizada no estudo concluiu, então, que expressões faciais semelhantes decorrem de contextos também parecidos. Por exemplo, expressões muito parecidas que demonstram satisfação, admiração e surpresa foram encontradas em boa parte das pessoas analisadas, principalmente naquelas que estavam em casamentos, eventos esportivos ou admirando fogos de artifício.
“Descobrimos que 16 tipos de expressões faciais são sistematicamente semelhantes em contextos sociais específicos, isso em 144 países”, escreveram os pesquisadores, liderados pelo cientista especializado em análise de comportamentos emocionais, Alan Cowen.
Entretanto, em um artigo que escreveu comentando o estudo de Alan e seus companheiros de equipe, a psicóloga Lisa Feldman Barrett, da Northeastern University, nos EUA, ressaltou que o estudo possui algumas limitações.
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Uma delas é a de que os pesquisadores poderiam ter analisado grupos sociais mais diversos, evitando que os resultados fossem baseados somente em estereótipos do falante inglês e suas expressões faciais.
“Esses detalhes sugerem que não podemos ter certeza de que as descobertas relatadas por Alan Cowen e seus colegas refletem evidências de expressões universais”, afirmou a psicóloga.
*Estagiário do R7 sob supervisão de Pablo Marques
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