O universo ainda esconde muitos mistérios a serem desvendados pela ciência, mas a cada ano, são descobertas uma infinidade de novas possibilidades. O R7 conversou com o astrônomo Cássio Barbosa, do Centro Universitário FEI, para saber quais foram as principais conquistas da astronomia este ano
*Estagiária do R7 sob supervisão de Pablo Marques
Em 14 de setembro, cientistas dos Estados Unidos, Reino Unido e Japão anunciaram a descoberta da presença do gás de fosfina na atmosfera de Vênus, o que indicaria uma possível evidência de vida no planeta
Segundo Barbosa, a substância foi encontrada em uma quantidade impossível de ser criada por processos abióticos, como vulcanismo ou quebra de outras moléculas.
"Logo, surgiu a hipótese de que a fosfina poderia ser fruto do metabolismo de bactérias anaeróbicas". "Tratam-se, no entanto, de resultados preliminares, que ainda precisam ser estudados com maior profundidade"
Em 8 de outubro, astrônomos do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, em Garching bei München, na Alemanha, conseguiram, pela primeira vez, observar diretamente e fotografar um exoplaneta - isto é, um planeta localizado fora do Sistema Solar –, denominado Beta Pictoris c
Até o momento, outros exoplanetas só puderam ser vistos indiretamente, por meio da observação do trânsito planetário, isto é, passagem de um planeta através da estrela em torno da qual orbita.
"Quando a luz diminuia, os astrônomos concluíam que um planeta havia passado na frente da estrela", explica
Em 26 de outubro, a Nasa, agência espacial americana, anunciou que o Observatório Estratosférico de Astronomia Infravermelha (SOFIA, na sigla em inglês) detectou moléculas de água congelada na Cratera Clavius, situada no hemisfério sul da Lua
De acordo com o professor, astrônomos já desconfiavam da existência da substância no satélite natural da Terra há mais de duas décadas, mas não podiam afirmar que se tratava de água pelo fato de a assinatura obtida por meio da espectroscopia apontar somente a presença de hidroxila (OH).
"Desta vez, a assinatura obtida foi específica do H20". "Tendo em vista que diversos países têm planos de colonizar a Lua na próxima década, isto é, instalar bases científicas para exploração de minérios e outros recursos, a descoberta é de suma importância estratégica"
Em 24 de novembro, a China lançou com sucesso a sonda espacial Chang'e-5, que pousou na Lua em 1º de dezembro e retornou à Terra 16 dias depois com amostras do nosso satélite natural. A missão tornou a China o primeiro país a coletar amostras lunares de forma remota em dois estágios
"Em 1969, a missão Apollo 11, da Nasa, realizou o primeiro pouso na Lua da história e tornou os Estados Unidos o primeiro país a coletar amostras do nosso satélite natural. Depois, em 1976, a antiga União Soviética realizou o mesmo feito, mas de forma remota e o transportador era um foguete que partiu do solo e veio direto para a Terra. No caso da China, após a coleta, o transportador se acoplou com uma nave que estava em órbita da Lua e a carga partiu para a Terra", afirma
Por fim, após seis anos do lançamento da sonda japonesa Hayabusa 2 rumo ao asteroide Ruyugu, a nave espacial pousou na Terra em 6 de dezembro, trazendo do espaço amostras do astro
Segundo Barbosa, tendo em vista que os asteroides muito provavelmente surgiram a partir da explosão do Big Bang, estes astros são como testemunhas da formação do Sistema Solar e podem ajudar a solucionar muitos mistérios que ainda intrigam os cientistas
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