A foto de um dragão de Komodo enfrentando um caminhão de obra levantou polêmica sobre a construção de uma atração turística no estilo do filme Jurassic Park: Parque dos Dinossauros na ilha de Rinca, na Indonésia.
O empreendimento multimilionário faz parte dos planos do governo para revitalizar o turismo no Parque Nacional de Komodo.
A imagem, que viralizou nas redes sociais, gerou questionamentos sobre o impacto na conservação dos célebres animais, considerados os maiores lagartos do mundo.
As autoridades afirmam, por sua vez, que nenhum dragão-de-komodo foi ferido e que a segurança da espécie é primordial.
Dinossauros e companhia: a diversidade de animais do Brasil pré-histórico
Os dragões-de-komodo só são encontrados na natureza em um punhado de ilhas indonésias, onde se estima que tenham vivido por milhões de anos.
Eles atraem visitantes de todo o mundo e, nos últimos anos, as autoridades têm se empenhado em tentar conciliar a conservação da espécie com o turismo no parque nacional.
No ano passado, chegou a ser cogitado fechar a ilha de Komodo — lar da maioria dos lagartos — e banir os 2 mil habitantes que vivem há gerações junto aos répteis, mas a ideia foi abandonada.
Em vez disso, as autoridades decidiram introduzir uma taxa de US$ 1 mil (cerca de R$ 5,6 mil) para quem quiser visitar a ilha — como forma de acabar com o turismo de massa e proteger os dragões e seu habitat natural.
Porém, na mesma época, as autoridades também revelaram planos de construir um empreendimento turístico na ilha vizinha de Rinca, que abriga a segunda maior população de dragões-de-komodo.
O projeto foi apelidado de "Jurassic Park" depois que os arquitetos compartilharam no mês passado um vídeo com a proposta — acompanhado da célebre trilha sonora do filme de Steven Spielberg. O vídeo parece ter sido removido desde então.
O que as pessoas estão falando sobre a foto?
No fim de semana, a imagem de um dragão-de-komodo enfrentando um caminhão de obra na ilha de Rinca viralizou nas redes sociais.
A foto foi compartilhado pelo coletivo de ativistas Save Komodo Now, que escreveu:
"Esta é a primeira vez que os dragões-de-komodo estão ouvindo o barulho de motores e o cheiro de fumaça. Qual será o impacto futuro desse projeto? Alguém ainda se preocupa com conservação?"
Greg Afioma, um dos membros do coletivo, disse à BBC que o grupo está preocupado com o impacto negativo do empreendimento sobre os répteis e os moradores.
"Este tipo de empreendimento de grande porte perturba a interação dos animais. Isso vai mudar seu habitat", avalia.
Autoridades do governo informaram à BBC, por sua vez, que analisaram a foto compartilhada nas redes sociais e que nenhum dragão-de-komodo foi ferido durante as obras.
"Nenhum dragão-de-komodo vai se tornar vítima", declarou Wiratno, diretor-geral de Conservação da Natureza e Ecossistemas do Ministério do Meio Ambiente e Florestas da Indonésia.
Ele acrescentou que uma equipe do seu ministério iria à ilha para garantir que os protocolos de segurança sejam seguidos para proteger os animais.
A Indonésia tem atualmente uma população de cerca de 3 mil dragões-de-komodo, de acordo com dados do governo.
Eles podem chegar a medir até 3 metros de comprimento, têm dentes afiados e uma mordida venenosa.
A maioria — aproximadamente 1,7 mil — vive na ilha de Komodo, enquanto cerca de mil habitam a ilha de Rinca.
O parque nacional como um todo foi declarado Patrimônio Mundial da Unesco.
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