Imagens de satélite em alta resolução mostram o desmatamento "sistemático" de um trecho da Amazônia brasileira durante um período de mais de três anos, de maio de 2017 a setembro de 2020.
Os dados foram coletados pela empresa Planet, sediada em San Francisco, no Estado americano da Califórnia, e disponibilizados em um vídeo divulgado recentemente em sua página no YouTube. Ela não deu maiores detalhes sobre a localização do trecho ou o tamanho da área coberta pelas imagens.
A Planet é uma das empresas envolvidas em um projeto de mapeamento de dados de satélite exclusivo sobre as florestas tropicais do mundo que acaba de ser anunciado, com financiamento da Noruega.
O mapa, com imagens de alta resolução, cobre 64 países, inclusive o Brasil, e será atualizado mensalmente.
Seu diferencial é que poderá ser acessado por qualquer pessoa e gratuitamente.
O governo norueguês está financiando o projeto por meio de sua Iniciativa Internacional para o Clima e as Florestas (NICFI).
O conjunto de dados deve ser “uma enorme ajuda na luta contra o desmatamento”, de acordo com Sveinung Rotevatn, ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega.
"Há muitas partes do mundo onde imagens de alta resolução simplesmente não estão disponíveis, ou onde estão disponíveis — as ONGs, comunidades e universidades nesses países não podem pagá-las porque são muito caras", diz ele à BBC.
"Então, decidimos pagar a conta do mundo, basicamente", acrescenta.
O NICFI concedeu um contrato de US$ 44 milhões (R$ 250 milhões) a Airbus, Planet e Kongsberg Satellite Services (KSAT) pelo acesso a fotos e conhecimento especializado.
A gigante aeroespacial europeia Airbus está abrindo seu arquivo de imagens Spot desde 2002. Já a Planet opera a maior constelação de satélites de imagem em órbita atualmente. A empresa obtém uma imagem completa da superfície terrestre diariamente (se a nuvem permitir) e fornecerá a maior parte dos dados para o mapa mensal daqui para frente. Por fim, a KSAT unirá as informações e fornecerá suporte técnico aos usuários.
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