Por Paulo A. Cruz
Desde março de 2018, estamos observando o valor mínimo de taxa de juros para o Brasil, de 6,5% ao ano, além de uma tendência de corte para os próximos meses, segundo o Relatório Focus do Banco Central, que aponta 5,5% ao ano como a expectativa dos analistas para o final de 2019. Sem dúvida, o cenário atual, somado à perspectiva de redução ainda maior, é extremamente positivo para o mercado imobiliário.
Dentro deste contexto há a redução dos juros dos financiamentos imobiliários, que estão cada dia mais baixos, o que viabiliza ainda mais o investimento em imóveis. Fora isso, vale mencionar a questão da alocação de capital. Se antes fazia sentido deixar o dinheiro aplicado ao invés de comprar um imóvel, hoje essa conta não fecha.
Esse movimento já está ganhando força e os investidores voltaram às compras. A demanda aumentou, estamos intermediando grandes vendas no mercado residencial e comercial. Fora isso, com a redução nos juros, a família de classe média está optando por comprar, ao invés de alugar.
O racional é simples, supondo que haja uma aplicação que renda 100% do CDI, considerando os juros a 5,5% ao ano, e descontando imposto de renda de 17,5% – que é a alíquota para que o valor fique aplicado por no mínimo um ano – o rendimento mensal será de 0,37%. Por referência, o valor de locação de um imóvel é de 0,45% do seu valor de mercado, ou seja, deixando o dinheiro aplicado o rendimento é 0,37% enquanto se paga um aluguel de 0,45%. Fora esse ponto, há a valorização do imóvel e por consequência aumento do preço do aluguel ao longo dos anos. Nos últimos dez anos, a valorização média anual dos imóveis em São Paulo foi de 9,3% ao ano, considerando a série histórica do índice FipeZap, mesmo com crise econômica, que assolou o país nos últimos quatro anos.
O mesmo raciocínio vale para os investidores que preferiam deixar seu dinheiro aplicado, ao invés de investir em um imóvel para alugar. Em um país com juros relativamente baixos, viver de renda não significa mais aplicar o dinheiro em um CDB sem risco nenhum. Em países com juros baixos as aplicações em bolsa e os investimentos em imóveis são óbvios, sendo que cada um tem suas vantagens. O Brasil caminhará para isso, começando por este ano.
Passadas as reformas, que trazem maior estabilidade econômica para o país, o caminho dos juros baixos é sem volta. Equivalem a maiores investimentos, maior atividade econômica, aumento do PIB e renda. Estamos nos aproximando de uma nova fase para o país, em que o capital sai das aplicações e retoma para a economia real, gerando empregos e renda. Neste cenário, a valorização dos imóveis será ainda maior e investir no setor é cada vez mais atrativo.
Paulo A. Cruz é CEO e corretor da UP Real Estate
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