24/07/2019

Como foi possível assistir ao vivo à chegada do homem à Lua em 1969?

Chegada do homem à Lua foi transmitida ao vivo pela TV ao mundo todo
Chegada do homem à Lua foi transmitida ao vivo pela TV ao mundo todo Reprodução/Nasa

A chegada do homem à Lua em 20 de julho de 1969 foi efeito de uma corrida espacial entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, que ocorreu durante a Guerra Fria. Mas, como foi possível, na época, a transmissão ao vivo pela TV ao mundo todo desse fato histórico?

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Os Estados Unidos foi o primeiro e único país a colocar um homem na Lua, mas um satélite enviado 12 anos mais cedo à órbita da Terra pela então União Soviética acabou tornando possível a transmissão do feito norte-americano. 

O Sputnik 1 foi a primeira missão do Programa Sputnik, da antiga União Soviética, que colocou na órbita da Terra o primeiro satélite artificial do mundo. O satélite, de 58 cm e 83 kg, foi lançado no dia 4 de outubro de 1957 e chegou ao espaço em apenas 1h30.

Com isso, a corrida espacial ficou ainda mais acirrada. Então, o presidente dos EUA na época, John Kennedy, em 25 de maio de 1961 colocou como meta nacional realizar uma aterrissagem lunar tripulada e retornar à Terra.

Como ocorreu a transmissão ao vivo?

O momento histórico foi visto por mais 600 milhões de espectadores no mundo todo, transmitido por emissoras em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil.

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Quem pensa que as imagens vieram direto da Lua para a TV está enganado. As imagens da Lua eram capturadas pelo satélite russo que orbitava a Terra e de lá enviadas para o centro de controle da Nasa, o Centro Espacial Johnson, nos EUA e, assim, transmitida para o resto do mundo.

Imagem da última revisão do satélite russo Sputnik antes de ele ir ao espaço
Imagem da última revisão do satélite russo Sputnik antes de ele ir ao espaço Reprodução/ Nasa

Mas, segundo José Antônio Gonzalez, gerente de Produtos e Projetos Especiais de Redes de Satélites da Embratel, empresa responsável pela transmissão da chegada do homem à Lua no Brasil, para isso, era necessário ter antenas de comunicação na Terra com cerca de 30 metros para poder captar os sinais da Nasa, que, na época, devido aos poucos recursos, eram fracos.

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A empresa de comunicação brasileira instalou as antenas no mesmo ano da chegada do homem à Lua, mas, de acordo com o gerente de produtos, o fato foi uma coincidência, pois a companhia não tinha como intuito instalar as antenas no Centro Tanguá, no Rio de Janeiro, para acompanhar o momento. “Mas é um motivo de orgulho termos sido responsáveis pela transmissão no Brasil”, diz Gonzalez.

A Nasa planeja levar um homem e a primeira mulher à Lua até 2024, especificamente, no Polo Sul lunar, onde ninguém nunca pisou. Desta vez, o feito poderá ser acompanhado por meio da tela de um celular.

"Assistir à próxima chegada do homem à Lua será igual a assistir um jogo ou um show pelo smartphone”, afirma Gonzalez.

Ele explica que as imagens chegarão do mesmo modo que um serviço de streaming, tecnologia que envia informações multimídia por meio da transferência de dados, utilizando redes de computadores, especialmente a internet. Ele revela que será possível acompanhar a nova viagem do homem à Lua com uma qualidade muito melhor do quem em 1969, podendo ser vista em HD ou Ultra HD ao vivo em uma smart TV, computador ou celular.

Mesmo com tanta tecnologia, as distribuições das imagens seguirão caminho semelhante ao de 1969, segundo Gonzalez. “Os sinais serão transmitidos por satélite para a Nasa e, depois que chegarem aos satélites de emissoras do mundo todo, poderão ser retransmitidas por meio da internet e de fibra ótica”, afirma o gerente de Produtos e Projetos Especiais de Redes de Satélites da Embratel.

*Estagiária do R7, sob supervisão de Deborah Giannini

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