Quando pensamos em dificuldades de missões espaciais, os primeiros itens que imaginamos são os foguetes. Mas o que realmente tem dado trabalho para as grandes empresas, como a SpaceX e a Boeing, são os projetos dos paraquedas que auxiliam no pouso durante a aterrissagem que cruza a atmosfera em uma velocidade supersônica.
A repórter Samantha Masunaga, do jornal Los Angeles Times, fez uma matéria sobre a dificuldade que essas empresas estão encontrando no desenvolvimento de um produto mais seguro e eficaz. Durante a cobertura do tema, ela pôde compreender que abrir um paraquedas preso a uma espaçonave é uma manobra um tanto quanto arriscada. O pouso deve ser pensado nos mínimos detalhes, os tripulantes, caso houver, podem morrer no impacto. A responsabilidade é alta.
Uma das maiores dificuldades apresentadas nesses projetos são os testes. Um modelo previsto e estudado em um computador não atinge a mesma eficácia e poder de mensuração que um teste real possui. Inteligência artificial não pode demonstrar e prever todas as reações adversas possíveis durante um pouso.
Tanto a SpaceX quanto a Boeing têm contrato de tecnologia com a Nasa para o desenvolvimento e criação de aeronaves que irão transportar tripulações para a Estação Espacial Internacional (ISS). Ambas se preocupam com o tema da aterrissagem segura por meio do paraquedas.
Durante um teste em abril deste ano, a SpaceX perdeu três de quatro paraquedas que transportavam carga, que falharam no teste. Já a empresa Boeing testou no último domingo (22) o sistema de paraquedas da cápsula Starliner (que pretendia chegar até a ISS), agora batizada de Calypso, e, apesar de a espaçonave não conseguir completar sua missão, seu retorno foi perfeito. Teve um pouso tranquilo no estado do Novo México.
Os paraquedas estão em pauta em projetos espaciais desde o início das primeiras explorações. O projeto Apollo também fez experimentos para ter mais segurança nos paraquedas das cápsulas. O item de segurança era tão importante para o programa que apenas três pessoas eram habilitadas para embalar manualmente o paraquedas para o voo do Apollo 15. Dezenas de testes foram realizados, porém mesmo assim um dos paraquedas não funcionou. No entanto, não houve impacto, e o pouso foi realizado em segurança graças as outros equipamentos.
Na aterrissagem, a pressão atmosférica muda em uma fração de segundo. Por isso a modelagem do computador não detecta todas as tensões que o paraquedas irá percorrer até finalmente pousar. Durante testes realizados neste ano, a SpaceX identificou problemas no peso que as cordas poderiam suportar. Para resolver o problema, a empresa deixou suas cordas mais resistentes, mas com um material mais leve, para que o peso adicionado fosse compensado.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Isadora Tega
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