23/09/2020

Cientistas constroem primeiro olho totalmente biônico do mundo

Dados são captados por lente e interpretados por unidade de processamento
Dados são captados por lente e interpretados por unidade de processamento Freepik

Com o objetivo de recuperar a visão dos cegos, pesquisadores da Universidade de Monash, em Melbourne, na Austrália, construíram o primeiro olho biônico humano do mundo.

O dispositivo é parte integrante de uma tecnologia maior e mais complexa, batizada pelos cientistas de "sistema biônico de Gennaris", que combina câmeras e unidades de processamento com implantes cerebrais.

Os dados da imagem são captados pela lente e interpretados pela unidade de processamento, que, por sua vez, convertem os dados em impulsos elétricos e os transmitem aos neurônios no cérebro por meio de microeletrodos.

"Nosso design cria um padrão visual a partir de combinações de até 172 pontos de luz (fosfenos) que fornecem informações para o indivíduo navegar em ambientes internos e externos e reconhecer a presença de pessoas e objetos ao seu redor", afirmou em comunicado o professor do  Departamento de Engenharia Elétrica e de Sistemas de Computação da universidade, Arthur Lowery.

Os pesquisadores esperam adaptar o sistema para ajudar também pessoas com condições neurológicas intratáveis, como paralisia de um membro, a recuperar o movimento.

"Se for bem-sucedida, a equipe MVG [Monash Vision Group] procurará criar uma nova empresa comercial focada em fornecer visão para pessoas com cegueira intratável e movimento para os braços de pessoas paralisadas por tetraplegia, transformando seus cuidados de saúde", disse Lowery.

Um ensaio em julho mostrou que a matriz Gennaris foi capaz de ser transplantada com segurança no cérebro de três ovelhas usando um insersor pneumático, com um cumulativo de 2.700 horas de estimulação sem causar nenhum efeito adverso à saúde.

"Os resultados do estudo indicam que a estimulação de longo prazo através de matrizes sem fio pode ser obtida sem indução de danos generalizados aos tecidos, nem problemas de comportamento ou convulsões visíveis resultantes da estimulação", afirmou o principal autor do trabalho, Professor Rosenfeld, em nota publicada no site da Universidade Monash.

Ainda não está claro quando ocorrerão os primeiros testes em humanos, que dependem de financiamento suplementar para serem realizados.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Filipe Siqueira

LEIA TAMBÉM: Novos emojis aprovados expressam exatamente o que é viver em 2020

0 comentários:

Enviar um comentário