Fernando Koda
Os riscos humanos, como o próprio nome diz, são aqueles que estão relacionados às pessoas que utilizam um determinado sistema de segurança. No caso de um condomínio, por exemplo, farão parte destes riscos os porteiros, vigilantes, moradores, funcionários, visitantes, prestadores de serviços, entregadores e cada uma das pessoas envolvidas direta ou indiretamente na organização, seja ela, residencial ou comercial.
De uma maneira geral, o risco é a probabilidade de um evento acontecer, é o resultado obtido pela efetividade do perigo. Já o perigo diz respeito a um ou mais fatores que causam ou contribuem para que o risco ocorra. Entendido isso, vamos analisar dois dos personagens que citamos acima, no cenário de um condomínio, por exemplo: moradores e porteiros.
Quando falamos de moradores estamos falando de um risco delicado, que dificulta a solução, em virtude da quantidade de pessoas que residem no condomínio e, quanto maior o número de pessoas, maior a dificuldade da participação de todos de forma consciente.
O nível do risco é consideravelmente maior quando no empreendimento existem pessoas que necessitem de maior atenção no nível de segurança a ser analisado, em virtude normalmente de sua profissão – como empresários, gerentes de bancos, celebridades, artistas, políticos ou magistrados – ou de etnias que não têm o habito de utilizar instituições bancárias para gerenciar suas economias.
Existem moradores que não acreditam no perigo eminente
É comum, embora incorreto, que no condomínio existam pessoas que não acreditem que o perigo seja eminente e por questões pessoais colocam em risco todos os demais moradores e usuários.
Um exemplo até bem comum é aquele morador que, ao entrar no condomínio, por uma questão de gentileza, deixa o portão aberto, sem saber quem é a pessoa que está aguardando atendimento, e a permite entrar.
Outra situação corriqueira é não permitir que seja feita a triagem (Identificação e liberação) pelos porteiros, alegando que seus amigos e parentes não podem ser submetidos a este procedimento. Ou então, aquele morador que não fornece lista de convidados, em caso de festas e eventos na sua unidade ou no salão de festas.
Há também quem não contribui com o controle do acesso, não abaixa o vidro do seu veículo para que seja feita a verificação de praxe ou, ainda, empresta controle remoto de acesso para pessoas não cadastradas, não seguindo as regras de segurança pré estabelecidas. Outro exemplo são aqueles que não aceitam cadastrar funcionários domésticos no sistema de segurança e não permitem que os mesmos sejam barrados, seja qual for o motivo de averiguação, de forma preventiva.
A alta rotatividade de porteiros é um risco potencial
É muito importante que durante a análise dos riscos seja previsto o tratamento destes e demais pontos detectados e identificados para que haja a redução, através da conscientização, quanto a necessidade da participação de todos no processo de segurança.
No caso dos porteiros, os condomínios que utilizam este serviço devem ter previamente estabelecido o perfil deste profissional (masculino ou feminino, escolaridade, tempo de experiência, cursos extracurriculares) para que sua necessidade seja atendida, seja em regime de contratação orgânico (contratado diretamente pela organização) ou terceirizado (contratado por uma empresa de prestação de serviço devidamente habilitada).
É muito importante que independente do regime de contratação todos recebam um treinamento baseado nas características e necessidades do seu condomínio, incluindo as cláusulas do regulamento interno, normas e procedimentos, funcionalidades do local e observar quando houver substituições dos profissionais para que o substituto efetivo receba o mesmo treinamento.
A alta rotatividade destes profissionais (turnover) também é considerada um risco potencial, em virtude das pessoas que ali trabalharam obterem informações privilegiadas quanto a rotina do local. Quando o local possui alta rotatividade é possível que no processo operacional e administrativo haja alguma incoerência que necessite ser observada.
A atuação deste profissional exige um padrão do atendimento que deve ser praticado por todos da mesma forma e quando isso não ocorre os riscos são potencializados. Um dos exemplos é não passar as informações necessárias na passagem de posto ao colega do próximo turno. Da mesma forma, não registrar as ocorrências no livro ata ou não tomar conhecimento das que foram registradas durante a sua ausência.
Outro procedimento que acontece é permitir que pessoas não autorizadas permaneçam na portaria conversando e tirando a sua atenção ou então manter a porta da guarita aberta. Da mesma forma, potencializa os ricos, manter relacionamento pessoal com moradores e usuários.
É muito importante que os riscos sejam tratados ou mitigados e para isso se faz necessário analisar cada situação com muita atenção e cuidado para que os resultados sejam satisfatórios.
Na próxima semana falaremos sobre os riscos organizacionais e a revisão periódica.
Fernando Koda assina a coluna “Segurança com Fernando Koda”, no Inova360, parceiro do R7, é especialista em segurança patrimonial e está à frente da Implanta Solução em Segurança.
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