Por Marcio Bueno
Nenhuma empresa está obrigada a mudar, a escolha de sobrevivência é decisão de cada uma.
Em um mundo de transformação contínua, tecnológica e comportamental, e velocidade exponencial, a inovação se tornou uma ferramenta fundamental e imprescindível para toda organização.
Porém existem muitas formas diferentes de ver a inovação.
Visão hipster
Há pessoas que tem uma visão glamorosa da inovação, que frequentam eventos caríssimos para poder ouvir e estar ao lado de executivos de empresas inovadoras, fazem cursos em escolas de negócio com puffs coloridos, estudam cases das empresas mais inovadoras do mundo, se aprendem as palavras da moda e participam de programas de imersões aos principais polos de inovação do planeta: China, Israel ou ao Vale do Silício nos EUA.
Este tipo de aproximação tem o seu valor, mas só é recomendada por empresas na fase inicial ou na fase muito avançada de inovação.
Para empresas que estão em sua fase inicial serve como inspiração, porém custa muito dinheiro e a empresa precisa ter certeza que vai ter a disciplina para se aprofundar e implantar uma cultura de inovação, do contrário, é jogar dinheiro fora.
Normalmente nestas imersões as empresas te mostram a importância e os resultados positivos de inovar, mas não te contam o caminho que deve ser percorrido para chegar até este ponto, principalmente os fatores humanos e culturais, que são os mais importantes.
Para empresas que estão em uma fase avançada, que já tenham cultura de inovação, pode ser interessante ver tendências e fazer benchmark.
Porém, para empresas que estão no meio do caminho, este tipo de viagens me parecem as excursões que eu fazia ao zoológico com a minha escola.
Matava aula, comia um lanche diferente, passeava com meus amigos e não aprendia nada sobre a fauna.
E quando aprendia, não servia para nada porque não podia aplicar os conhecimentos em casa porque os animais que tinha em meu entorno não se pareciam aos animais do zoológico.
É preciso ter muito cuidado, porque em empresas com este tipo de visão tem uma grande concentração de oportunistas, de inovadores de palco e de pessoas com um ego infinitamente maior que sua capacidade de inovar.
Elas costumam ser muito atrativas para pessoas mais preocupadas em parecer que ser inovadores.
Visão de tecnologia
Com uma visão mais operacional, mais pé no chão, ainda tem um grande de profissionais com uma visão de tecnologia.
Eles normalmente trabalham em empresas que associam inovação exclusivamente à tecnologia, e o uso desta tecnologia em sua cadeia produtiva, para solucionar os problemas do dia a dia ou otimizar suas operações.
Mesmo que atuem de forma proativa e que ampliem o alcance do processo a áreas não operacionais, isso não é inovação, é melhoria contínua digital e para a Tecno-Humanização não é suficiente.
Este modelo não é sustentável por dois motivos.
O primeiro é porque otimizar e digitalizar os processos atuais garante a excelência operacional, mas quem garante que o negócio de hoje vai continuar existindo o ano que vem?
O segundo fator é porque esta forma de pensar e atuar depende de que o gestor de cada área tenha a iniciativa, queira explorar uma ideia, própria ou de terceiros, que esteja disposto a assumir os riscos, que consiga os recursos para desenvolver a ideia, e por último que a implemente.
A Visão Tecno-Humanista
Para cada gota de inspiração é necessário baldes de gotas de transpiração.
A inovação é responsabilidade de todos em uma organização e para que funcione é preciso construir uma base sólida.
A Mundial Logistics Group, é um operador logístico brasileiro com 21 anos de experiência de mercado, focado na prestação de serviços para as áreas de Supply Chain, Logística e Marketing Promocional de empresas nacionais e multinacionais e trouxe ao nosso quadro Visão Tecno-Humanista, exibido no programa Inova360, na Record News, o desafio de como criar cultura de inovação.
O segundo episódio do quadro foi exibido na última quarta-feira e tivemos a oportunidade de sugerir à Mundial Logistics os 7 pilares da cultura de inovação, de acordo com nossa metodologia. O programa já pode ser conferido em nosso canal do Youtube.
Todos os pontos são necessários para criar uma cultura de inovação, e o trabalho final que realizamos, paralelo a este processo, é uma condição essencial para a Tecno-Humanização.
Não basta inovar, é preciso inovar com propósito, pensando no impacto financeiro, no impacto social e no impacto ambiental, porque há uma diferença enorme entre inovar com ou sem propósito, como mostramos no artigo de mesmo nome que pode ser lido aqui.
Marcio Bueno assina a coluna “Tecno-Humanização”, no blog Inova360, parceiro do portal R7, e apresenta um quadro sobre o tema no programa Inova360, na Record News. É fundador da BE&SK (www.bensk.net) e criador do conceito de Tecno-Humanização.
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