Eles criaram um filtro purificador de ar e conseguiram o segundo lugar na etapa brasileira do "Nasa Space Apps Covid-19 Challenge", um desafio de 48 horas da Agência espacial americana para criar inovações no combate a covid-19. O próximo passo é participar da edição internacional da competição em agosto.
Leia mais: App contra o tédio? Estudantes criam soluções para a pandemia
A etapa brasileira da competição aconteceu entre os dias 30 e 31 de maio de maneira totalmente online e no formato Hackaton. Foram mais de 700 equipes ao redor do Brasil. Entre eles estava a equipe TaurusOx, composta por cinco jovens de diversas áreas do conhecimento, moradores de diferentes localidades do país e que se conheceram no dia da competição.
Leia mais: Estudantes brasileiros concorrem ao Prêmio Jovem da Água na Suécia
Cada um dos cinco participantes se inscreveu individualmente para o hackaton e as equipes se juntaram de acordo com as áreas que pesquisavam. Eles escolheram pesquisar o ar em ambientes fechados por esta ser uma das principais formas de contaminação do coronavírus.
"A qualidade do ar é horrível e os ambientes fechados apresentam um risco maior de contaminação pelo vírus", explica Luiza Amaral, estudante de 16 anos que integrou a equipe TaurusOx. "Justamente nesses lugares sem ventilação que passamos a maior parte do tempo, como a nossa casa ou trabalho."
Com pesquisas disponibilizadas pela Nasa e o conhecimento de todos, eles propuseram um filtro de baixo custo, feito de algas, que pode matar o vírus e regular a qualidade do ar em ambientes fechados. "A gente pegou dados Estação Espacial Internacional para definir o que é um ar de boa qualidade e usar como referência", complementa Luiza.
A inovação saiu apesar das dificuldades enfrentadas pelos estudantes em uma uma competição 100% online, os participantes da equipe nunca se encontraram presencialmente. "O maior desafio mesmo foi pensar em tudo isso de uma forma virtual, a gente não podia construir um protótipo", explica Jheimis Santos da Silva, que também fez parte da equipe vice-campeã.
Diantes das dificuldades, as expectativas eram baixas, mas quando o resultado saiu foi uma grande surpresa para todos. "A gente só queria se divertir e fazer um projeto que poderia de fato ajudar e quando recebemos a notícia ficamos realmente muito felizes", conta Jheimis. "A nossa reação foi quase de ceticismo, demorou para cair a ficha", complementa Luiza.
O próximo passo para a equipe é competir na edição internacional do Hackaton da Nasa. A competição conta com participantes de todo o mundo. Todas as equipes que participaram da edição brasileira podem participar da internacional — outra competição e com jurados diferentes.
Para essa nova etapa, Luiza diz que não vai criar expectativas. "É um desafio muito grande". Jhaimes, por sua vez, espera ficar entre os melhores. "Queremos mostrar para o mundo o nosso projeto e representar os brasileiros, a nossa inteligência e o nosso prestígio", destaca.
Os estudantes acreditam que independente do resultado esta foi uma experiência que vão levar para a vida e realizaram sonho criar algo que pode ajudar outras pessoas. "Esperamos que a ciência possa trazer soluções o quanto antes na batalha contra o coronavírus", avalia Jheimis.
Jheimis é estudante da Fatec (Faculdade de Tecnologia do Estado) Americana e Luiza cursa a Escola Técnica Estadual (Etec) de São Paulo. Em comum, eles começaram a se interessar por ciência logo cedo. Luiza, por exemplo, conta que nenhum brinquedo durava nas suas mãos. A vontade de descobrir como aquili funcionava falava mais alto. A curiosidade levou a menina a se apaixonar por eletrônica.
*Estagiário sob supervisão de Karla Dunder
Veja também:
Veja imagens do lançamento da Nasa em parceria com a SpaceX
0 comentários:
Enviar um comentário