28/06/2020

Anunciantes pressionam Facebook para mudar políticas de remoção de conteúdo

Anunciantes pressionam Facebook para mudar políticas de remoção de conteúdo Em uma onda de boicote de diversas empresas ligadas a uma campanha contra a disseminação de publicações com discurso de ódio e desinformação, o Facebook está sendo pressionado a mudar políticas de remoção de conteúdo na rede social. Durante essa semana, diversas marcas já deixaram de pagar por anúncios na rede social, mas, mesmo com o movimento, a empresa resistiu em alterar suas políticas por "interesses comerciais". Isso só mudou no final da tarde desta sexta, quando Mark Zuckerberg se manifestou sobre o assunto e finalmente revelou alterações. O movimento, relacionado à campanha Stop Hate for Profit, iniciada por grupos de direitos civis dos Estados Unidos, já levou marcas como Ben & Jerry's, The North Face e Verizon a pausar seus gastos em publicidade na rede social enquanto o Facebook não tomar providências concretas em relação ao assunto. Suas decisões foram tomadas após uma ligação de grupos de direitos civis, incluindo a Liga Anti-Difamação e a NAACP, na semana passada, para retirar os gastos com publicidade do Facebook para o mês de julho. Em uma carta aos anunciantes na quinta-feira, 25, a Liga Anti-Difamação disse que o Facebook se recusou repetidamente a remover anúncios políticos que continham "mentiras flagrantes" e demorou a responder a pedidos de retirada de conteúdo conspiratório. O Facebook chegou a reunir seus executivos para tratar sobre as reclamações, depois de perceber a tendência crescente entre as marcas, mas decidiu não alterar radicalmente a maneira como seus conteúdos são expostos na rede. "Não fazemos alterações nas políticas ligadas à pressão da receita", disse Carolyn Everson, vice presidente do Global Business Group no Facebook, em um e-mail a anunciantes no fim de semana passado, que foi acessado pelo jornal americano The Wall Street Journal. "Definimos nossas políticas com base em princípios e não em interesses comerciais". A principal motivação das empresas que estão aderindo ao boicote é, além de protestar contra os conteúdos permitidos na rede social, desvincular suas imagens do Facebook, em um momento conturbado de apoio e permissão a discursos frequentemente associados negativamente à luta contra direitos civis. "Temos políticas rígidas de conteúdo em vigor e tolerância zero quando elas são violadas, tomamos medidas", disse o diretor de mídia da Verizon, John Nitti, em comunicado. "Pausamos nossa publicidade até que o Facebook possa criar uma solução aceitável que nos deixe à vontade e seja consistente com o que fizemos com o YouTube e outros parceiros". Levantamentos da empresa de análise de marketing Pathmatics indicam que a Verizon, empresa de telefonia celular, gastou US$ 1,4 milhão em publicidade no Facebook entre maio e junho. A empresa decidiu encerrar o anúncios na rede social nesta quinta-feira. O Facebook tem sido alvo de duras críticas desde que optou por manter um texto publicado pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump no ar, onde o político incitava a violência contra manifestantes do movimento Black Lives Matter, que ocorreu no país depois do assassinado de George Floyd. Na época, Mark Zuckerberg, fundador da rede social, afirmou que não era papel do Facebook agir como "árbitro da verdade" e chegou a receber cartas de desaprovação de funcionários do alto escalão da empresa. Conteúdos de desinformação sobre a pandemia de coronavírus também aparecem constantemente no feed dos usuários que seguem Trump, sem alteração institucional do Facebook. Em uma onda de boicote de diversas empresas ligadas a uma campanha contra a disseminação de publicações com discurso de ódio e desinformação, o Facebook está sendo pressionado a mudar políticas de remoção de conteúdo na rede social. Durante essa semana, diversas marcas já deixaram de pagar por anúncios na rede social, mas, mesmo com o movimento, a empresa resistiu em alterar suas políticas por "interesses comerciais". Isso só mudou no final da tarde desta sexta, quando Mark Zuckerberg se manifestou sobre o assunto e finalmente revelou alterações. O movimento, relacionado à campanha Stop Hate for Profit, iniciada por grupos de direitos civis dos Estados Unidos, já levou marcas como Ben & Jerry's, The North Face e Verizon a pausar seus gastos em publicidade na rede social enquanto o Facebook não tomar providências concretas em relação ao assunto. Suas decisões foram tomadas após uma ligação de grupos de direitos civis, incluindo a Liga Anti-Difamação e a NAACP, na semana passada, para retirar os gastos com publicidade do Facebook para o mês de julho. Em uma carta aos anunciantes na quinta-feira, 25, a Liga Anti-Difamação disse que o Facebook se recusou repetidamente a remover anúncios políticos que continham "mentiras flagrantes" e demorou a responder a pedidos de retirada de conteúdo conspiratório. O Facebook chegou a reunir seus executivos para tratar sobre as reclamações, depois de perceber a tendência crescente entre as marcas, mas decidiu não alterar radicalmente a maneira como seus conteúdos são expostos na rede. "Não fazemos alterações nas políticas ligadas à pressão da receita", disse Carolyn Everson, vice presidente do Global Business Group no Facebook, em um e-mail a anunciantes no fim de semana passado, que foi acessado pelo jornal americano The Wall Street Journal. "Definimos nossas políticas com base em princípios e não em interesses comerciais". A principal motivação das empresas que estão aderindo ao boicote é, além de protestar contra os conteúdos permitidos na rede social, desvincular suas imagens do Facebook, em um momento conturbado de apoio e permissão a discursos frequentemente associados negativamente à luta contra direitos civis. "Temos políticas rígidas de conteúdo em vigor e tolerância zero quando elas são violadas, tomamos medidas", disse o diretor de mídia da Verizon, John Nitti, em comunicado. "Pausamos nossa publicidade até que o Facebook possa criar uma solução aceitável que nos deixe à vontade e seja consistente com o que fizemos com o YouTube e outros parceiros". Levantamentos da empresa de análise de marketing Pathmatics indicam que a Verizon, empresa de telefonia celular, gastou US$ 1,4 milhão em publicidade no Facebook entre maio e junho. A empresa decidiu encerrar o anúncios na rede social nesta quinta-feira. O Facebook tem sido alvo de duras críticas desde que optou por manter um texto publicado pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump no ar, onde o político incitava a violência contra manifestantes do movimento Black Lives Matter, que ocorreu no país depois do assassinado de George Floyd. Na época, Mark Zuckerberg, fundador da rede social, afirmou que não era papel do Facebook agir como "árbitro da verdade" e chegou a receber cartas de desaprovação de funcionários do alto escalão da empresa. Conteúdos de desinformação sobre a pandemia de coronavírus também aparecem constantemente no feed dos usuários que seguem Trump, sem alteração institucional do Facebook. De olho no que as empresas ainda podem fazer, o Facebook tem tentado remediar a situação com algumas ferramentas para identificar melhor o conteúdo que aparece na rede social, principalmente nos EUA. Na última semana, a empresa anunciou que vai permitir que usuários escolham se querem ou não ver conteúdos políticos publicados na rede. No compartilhamento, uma notificação será exibida ao usuário caso ele esteja replicando uma notícia que tenha mais de 90 dias desde sua publicação. "Respeitamos a decisão de qualquer marca e continuamos focados no importante trabalho de remover o discurso de ódio e fornecer informações críticas sobre votação", disse Carolyn em comunicado por e-mail enviado pela empresa na quinta-feira, 25. "Nossas conversas com profissionais de marketing e organizações de direitos civis são sobre como, juntos, podemos ser uma força para o bem". Enquanto isso, gigantes do mercado global continuam a rever suas ações de publicidade na rede social de Zuckerberg. Segundo o The Wall Street Journal, a próxima a aderir o boicote seria a Procter & Gamble, multinacional americana de produtos de consumo e marcas como Pantene, Gillette e Oral B. A empresa já teria se reunido com um dos grupos que faz parte dos movimentos de direitos civis para conversar sobre os padrões de política do Facebook. Zuckerberg reage na rede social Em resposta aos boicotes, Mark Zuckerberg postou um comunicado, em sua página do Facebook, dizendo que a rede social age rapidamente para impedir e retirar mensagens de ódio que possam aparecer. No comunicado, o fundador do Facebook afirma, ainda, que está proibindo uma nova categoria de publicações com mensagens de ódio, principalmente as relacionadas à alegações de violência e segurança por parte de grupos étnicos e religiosos, por exemplo. Three weeks ago, I committed to reviewing our policies ahead of the 2020 elections. That work is ongoing, but today I... Publicado por Mark Zuckerberg em Sexta-feira, 26 de junho de 2020 "Acreditamos que existe um interesse público em permitir uma ampla gama de livre expressão nas postagens das pessoas do que nos anúncios pagos. Já restringimos certos tipos de conteúdo em anúncios permitidos em postagens regulares, mas queremos fazer mais para proibir o tipo de linguagem divisiva e inflamatória usada para semear discórdia", afirmou Zuckerberg. "Hoje, estamos proibindo uma categoria mais ampla de conteúdo odioso nos anúncios". Além disso, o executivo revelou que posts de políticos e agentes públicos que violam as políticas da plataforma serão mantidos, mas receberão um selo comunicando de que se trata de conteúdo com relevância jornalística. "Permitiremos que as pessoas compartilhem esse conteúdo para que seja condenado, porque essa é parte importante de como discutimos o que é aceitável na sociedade - mas vamos alertar as pessoas de que esse conteúdo pode estar violando nossas políticas", escreveu. Conteúdos que incitam a violência ou a supressão de votos não receberão tolerância e serão removidos, prometeu ele. Ainda no comunicado, Zuckerberg afirmou que o Facebook vai continuar trabalhando nas suas políticas juntamente com organizações defensoras do direito civil. "Estou otimista de que podemos progredir na saúde pública e na justiça racial, mantendo nossas tradições democráticas em torno da liberdade de expressão e votação". (Com Informações do Dow Jones Newswires)

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