A 2 ª edição do estudo Painel TIC COVID-19, divulgado na quinta-feira (1°), mostrou que 72% dos usuários de internet no Brasil procuraram informações ou usaram serviços públicos online relacionados aos direitos do trabalhador ou previdência social, como INSS, FGTS, seguro-desemprego, auxílio emergencial ou aposentadoria durante a pandemia do novo coronavírus. Esse percentual era de 40% da população com acesso à web em 2019.
Além disso, houve um aumento na proporção de usuários que afirmaram realizar serviços públicos totalmente pela internet. Em 2019, só 8% dos usuários brasileiros declararam terem realizado esses atendimentos de forma online. Durante a pandemia, 30% dos usuários da internet no país, ou seja, um em cada três, acessou esses serviços de forma remota. Já a emissão de documentos pessoais como RG, CPF, passaporte ou carteira de trabalho passou de 6% para 21%.
A internet foi ainda uma ferramenta importante para que a população com acesso à internet pudesse entender melhor a nova doença e se informar sobre maneira de evitar o contágio. Mais da metade dos usuários buscou informações em sites ou em aplicativos e 25% deles utilizaram algum aplicativo de triagem virtual para conferir os sintomas e receber orientações sobre a doença, principalmente os apps da rede pública.
Entre os usuários de Internet no país, 20% realizaram consulta com médico ou outro profissional da saúde pela Internet durante a pandemia. Entre os que realizaram consultas online, 63% utilizaram rede pública de saúde e 50% a rede privada. O meio mais utilizado para a realização dessas consultas foi por aplicativos como WhatsApp ou Telegram (50%). Apenas 30% dos usuários que fizeram teleconsulta utilizaram um aplicativo do SUS ou do próprio plano de saúde.
O uso dos recursos digitais para agilizar serviços e atendimentos aumentos, mas os brasileiros ainda têm medo dos riscos que correm durante o uso da internet. Segundo a pesquisa, 30% dos usuários indicaram preocupação com roubo de identidade e fraudes. Mais de 50% afirmou que os riscos de disponibilizar dados pessoais na Internet para governos e empresas são maiores que os benefícios.
As principais preocupações apontadas pelos usuários em relação ao uso de seus dados pessoais foram: prejuízo financeiro por fraudes bancárias (32%), roubo de identidade (23%), invasão de privacidade (21%) e venda de dados para terceiros (13%).
O estudo foi realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), ligado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Em um universo de cerca de 97 milhões de pessoas, que corresponde a 80% dos usuários de Internet com 16 anos ou mais, foram realizadas entrevistas pela internet e por telefone, entre os dias 29 de julho e 21 de agosto de 2020.
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