Faltando menos de 365 dias de sua abertura, a 33ª Bienal de São Paulo já tem tema definido. A mostra terá como proposta central Afinidades Afetivas. O título foi divulgado na manhã desta terça-feira (31) no Parque Ibirapuera, zona sul de São Paulo.
O responsável será o espanhol Gabriel Pérez-Barreiro, que propôs um modelo diferente para a concepção do projeto do evento de 2018. Sete artistas de diferentes nacionalidades e gerações foram convidados como curadores e cada um será responsável por um "pedaço" da Bienal.
Alejandro Cesarco (Uruguai), Antonio Ballester Moreno (Espanha), Claudia Fontes (Argentina), Mamma Andersson (Suécia), Sofia Borges (Brasil), Waltercio Caldas (Brasil) e Wura-Natasha Ogunji (Estados Unidos) já estão no processo de seleção das obras que vão compor a mostra, mas ainda não foi revelado o nome de nenhum artista participante.
A Bienal começa em sete de setembro e terá duração de três meses. Para Gabriel, a próxima edição "foge de tudo o que já foi feito".
— As coisas estão dando certo. São mais de 60 anos de história. É legal ver a evolução [da mostra]. Ela acompanha a história do País. Os curadores são artistas, escolhem seu trabalho e criam um contexto para expor. Eles têm livre escolha. A diferença os uniu aqui.
O espanhol certifica que o conceito é "discorrer sobre como as pessoas se unem e relacionam".
— Essa edição propõe a ênfase da arte e nos artistas e possibilidades de afinidade e afeto: público e arte. É um modelo experimental, para observar a relação do público.
Com orçamento de 60 milhões, João Carlos de Figueiredo Ferraz, presidente da Fundação Bienal, afirma que mais da metade do valor já foi captado.
— Temos apoiadores de muitos anos, que todo ano renovam conosco, seja com recurso ou material. Uma parte já entrou e, o resto, só ano que vem. Cerca de 90% do valor já está conosco.
Sem detalhar como serão as obras, João disse que não teme uma possível manifestação de parte do público, como aconteceu no MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo), após performance envolvendo um homem nu e tocado por uma criança.
— Esses eventos são preocupantes. Eles refletem a situação do Brasil e do mundo inteiro com a intolerância. Nossa obrigação é defender a liberdade de expressão do artista e a instituição está na obrigação de defender o que pode surgir, obedecendo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Não temos ainda detalhes das obras. É preciso esperar, avaliar e ver o que fazer. Não sabemos como a situação estará ano que vem. Essa análise será feita mais para frente.
O público poderá conferir as obras da 33ª Bienal de São Paulo entre os dias 7 de setembro e 9 de dezembro de 2018, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo (Pavilhão da Bienal), no Parque Ibirapuera. A entrada é gratuita.
R7 - Jovem
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