30/04/2021

Cientistas usam bactérias para coletar microplásticos nos oceanos

Cientistas usam pinças para coletar microplástico em Sydney, na Austrália
Cientistas usam pinças para coletar microplástico em Sydney, na Austrália REUTERS/James Redmayne

Microbiologistas da Universidade Politécnica de Hong Kong, na China, criaram um método sustentável para remover microplásticos poluentes do meio ambiente com o auxílio de bactérias.

Os cientistas desenvolveram um biofilme com bactérias chamadas Pseudomonas aeruginosa.  Este conjunto bacteriano é capaz de capturar os microplásticos nocivos que flutuam na água em espécies de bolhas. Depois disso, por meio de um mecanismo que os pesquisadores chamam de captura-liberação e usando um gene de dispersão do biofilme, eles conseguem destravar as armadilhas de baterias e jogar os plásticos em pontos de reciclagem no oceano.

“É muito importante desenvolver soluções eficazes que capturem, coletem e até mesmo reciclem estes microplásticos para interromper a 'plastificação' de nossos ambientes naturais”, destacou Sylvia Lung Liu, pesquisadora líder do projeto e microbiologista da Universidade Politécnica de Hong Kong, ao jornal The Guardian.

A técnica ainda está em uma fase preliminar de testes, dado que as primeiras experiências foram feitas em simulações de laboratório e com um tipo de bactéria que transmite doenças para humanos e não poderia ser utilizada em projetos de larga escala. Os cientistas, contudo, entendem que não terão problemas em usar outros conjuntos bacterianos para fazer a captura dos plásticos de maneira sustentável.

Os microplásticos

Os microplásticos normalmente têm cerca de 5 milímetros de comprimento e na maioria das vezes são liberados nos oceanos através da decomposição de sacolas plásticas de supermercado e de garrafas pet, por exemplo.

O perigo destes materiais é que eles não são biodegradáveis e, por conta disso, permanecem muito tempo no meio ambiente antes de serem decompostos pela natureza, acumulando produtos tóxicos ao longo do seu tempo de vida. Animais marinhos que comem este tipo de material colocam a própria vida e a vida dos humanos em risco.

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