Duas semanas após o encerramento da vacinação em massa contra a covid-19 em Serrana (SP), no dia 11 de abril, o Projeto S, do Instituto Butantan, inicia nesta segunda-feira (26) a próxima etapa do programa: a análise dos resultados. Os primeiros dados serão revelados em maio.
A iniciativa do instituto estuda a eficiência da imunização em massa com a CoronaVac na diminuição das taxas de transmissão do novo coronavírus.
Com a etapa concluída, o foco se volta para descobrir se a imunização em massa surtiu efeito para impedir que o vírus se prolifere. Segundo especialistas responsáveis pelo estudo, os primeiros indicadores – e também uma meta – devem ser as quedas nos números de mortes e internações em leitos de UTI pela covid-19.
“Vamos acompanhar as internações e mortes por covid, que devem ter uma tendência decrescente importante assim que os imunizados tiverem anticorpos. Casos leves não são uma preocupação. Fazemos analogia com a vacina de influenza: não estamos focados em eliminar casos leves, o que queremos é evitar que adoeçam gravemente ou morram”, afirma Ricardo Palacios, diretor-médico de pesquisa clínica do Butantan e um dos idealizadores do estudo.
Para Ricardo Palacios e Pedro Garibaldi, hematologista e coordenador médico do estudo, a adesão de 97,9% foi um sucesso. Antes do início do projeto, a partir de questionários, esperava-se uma participação de 85%, por conta de desinformações espalhadas sobre o imunizante.
“Mudamos de patamar: das dúvidas das pessoas sobre a eficácia da vacina para um momento que a população quer se proteger e proteger a família”, disse Garibaldi.
Outro dado visto com bons olhos pelos pesquisadores do projeto foi o número de mortes. Desde fevereiro, no início da pesquisa, houve 20 óbitos por covid-19 na cidade.
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Entre as vítimas, 14 não tomaram a vacina. Das seis restantes, cinco tomaram somente a primeira dose. A única pessoa imunizada duas vezes apresentou sintomas dois dias após a última aplicação, o que indica que foi infectada antes da vacinação.
Além do baixo número de mortes recentes pelo vírus, das quais nenhuma atribuída à CoronaVac, os pesquisadores também apontam que não houve qualquer fato grave ao longo dos dois meses de imunização. “Fomos rigorosos com a vacinação das 27 mil pessoas, e assim não houve relato de qualquer inconveniente relevante”, diz Palacios.
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