23/04/2021

Conheça 7 curiosidades sobre a chuva de meteoros Lirídeos 

A chuva de meteoros Lirídeos teve seu pico na madrugada desta quinta-feira (22). O professor Rodolfo Langhi, do Observatório de Astronomia da Unesp (Universidade Estadual Paulista), indica 7 curiosidades sobre o fenômeno. Confira:

*Estagiária do R7 sob supervisão de Pablo Marques

Segundo Langhi, a Lirídeos ocorre anualmente entre 16 e 25 de abril. Este é o período do ano em que a Terra passa pelos rastros deixados no espaço deixados pelo cometa Thatcher


"O Tatcher foi identificado pela primeira vez em 1861, mas a Terra já passa pelo astro há bilhões de anos"

Uma curiosidade interessante sobre o Thatcher é que ele tem uma órbita de 415 anos, que se estende para além de Plutão, o último planeta do Sistema Solar.

"Isso significa que ele demora 415 anos para dar uma volta completa ao redor do Sol. Por esse motivo, em comparação com outros cometas e asteroides, foram 'poucas' as vezes que ele passou pela nossa estrela central e poucos os rastros que deixou pelo espaço", afirma

A explicação disso, de acordo com o professor, é que partículas provenientes de cometas e asteroides são lançadas no espaço sempre que passam perto do Sol.

"Todo cometa ou asteroide, salvo raras exceções, tem gelo e rocha em sua composição — sendo que cometas são compostos predominantemente de gelo, e asteroides, de rocha. Portanto, toda vez que esses astros passam pelo Sol, a água passa do estado sólido para o gasoso e partículas de rocha e poeira se soltam no espaço, formando aquela 'cauda' comprida e brilhante"

Pelo fato de o Thatcher ter deixado poucos rastros pelo espaço, a Lírideos não costuma ser tão intensa quanto outras chuvas de meteoros. Apesar disso, o fenômeno é imprevisível — e os cientistas não sabem explicar o porquê.

"Estranhamente, há anos em que a Lirídeos é muito intensa. Em 1803, por exemplo, quando o Thatcher ainda nem havia sido identificado, os astrônomos chegaram a registrar 167 meteoros em um intervalo de 15 minutos. Até hoje, não se sabe exatamente por que isso ocorre, mas acredita-se que a explicação para tal estaria relacionada, de alguma forma, com a composição do corpo celeste", diz

Outra curiosidade interessante sobre a Lirídeos é que o fenômeno recebe este nome pois, para o observador, a impressão é que todos os meteoros partem de um único ponto: a Constelação de Lira. Segundo Langhi, trata-se de uma ilusão de ótica.

"É o mesmo fenômeno que ocorre quando você olha para o trilho de um trem que se estende até o horizonte. Parece que todas as linhas retas se encontram em um único ponto lá no infinito"

A Constelação de Lira é situada no horizonte norte. Apesar disso, vale ressaltar que o observador deve olhar para o céu em todas as direções

"Os meteoros passam muito rapidamente e são dispersos entre si. Não é porque todos parecem partir de um único ponto que eles não podem ser vistos de qualquer lugar do céu. Por isso, é importante ficar atento", afirma

Por fim, ainda sobre a Constelação de Lira, é interessante destacar, de acordo com o professor, que, como o próprio nome sugere, ela apresenta o formato de uma lira

"A lira é um instrumento musical de cordas que se assemelha à harpa, frequentemente associada aos anjos. Ambos são considerados os instrumentos musicais mais antigos da humanidade", diz  

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