Quase todas as geleiras do mundo estão perdendo massa, e em ritmo acelerado, de acordo com um estudo novo divulgado nesta quarta-feira (28) que pode afetar projeções futuras sobre a perda de gelo.
O estudo publicado no periódico científico Nature fornece um dos panoramas mais abrangentes sobre a perda de massa de gelo de cerca de 220 mil geleiras de todo o globo, um grande catalisador da elevação do nível dos mares.
Usando imagens de alta resolução de 2000 a 2019 do satélite Terra da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa), um grupo de cientistas internacionais descobriu que as geleiras, com exceção das placas de gelo da Groenlândia e da Antártida, que foram excluídas do estudo, perderam em média 267 gigatoneladas de gelo por ano.
Uma gigatonelada de gelo preencheria o Central Park da cidade de Nova York e chegaria a 341 metros de altura.
Os pesquisadores também descobriram que a perda de massa das geleiras se acelerou. As geleiras perderam 227 gigatoneladas de gelo por ano entre 2000 e 2004, mas esta cifra subiu para uma média de 298 gigatoneladas de gelo a cada ano depois de 2015.
O derretimento está afetando os níveis dos mares em cerca de 0,74 milímetros por ano, ou 21% da elevação do nível dos mares em geral observada durante o período.
As geleiras tendem a mostrar uma reação mais rápida à mudança climática quando comparadas com as placas de gelo da Groenlândia e da Antártida, e atualmente contribuem mais para a elevação do nível dos mares do que qualquer placa de gelo individual, disseram cientistas.
O estudo pode preencher lacunas importantes na compreensão da perda de massa de gelo e levar a previsões mais exatas, disse Robert McNabb, coautor do estudo e cientista de detecção remota da Universidade do Ulster britânica. Estudos anteriores a respeito de geleiras individuais só respondem por cerca de 10% do planeta, disse ele.
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