Um projeto desenvolvido pela John Hopkins Medicine (JHM) possibilitou um homem de 49 anos que ficou tetraplégico ao sofrer um acidente de surf na adolescência a se alimentar por conta própria pela primeira vez em 30 anos
*Estagiária do R7 sob supervisão de Odair Braz Junior
Em 2019, Robert Chmielewski se ofereceu para um programa de pesquisa da JHM e passou por uma cirurgia de dez horas para implantar seis eletrodos em seu cérebro para controlar um par de braços robóticos
Hoje, um ano depois, ele é capaz de operar ambos os braços protéticos e manipulá-los para realizar algumas tarefas, como comer um twinkie, popular bolo americano descrito como "pão de ló dourado com recheio cremoso"
Segundo Pablo Celnik, diretor de medicina física e reabilitação da John Hopkins e membro da equipe de pesquisa, a maior parte deste tipo de estudo, conhecido como interface cérebro-computador (BCI, na sigla em inglês), foca em apenas um braço, que é controlado por apenas um lado do cérebro
Com este sistema, no entanto, Chmielewski foi capaz de manipular os dois braços para realizar tarefas diferentes
Enquanto o homem usava um braço para fincar um garfo no bolo, o outro foi utilizado para cortar a guloseima com uma faca
"É muito legal", afirmou Chielewski. "Eu queria ser capaz de fazer mais"
Os cientistas envolvidos no projeto pretendem desenvolver um sistema de loop fechado que combina inteligência artificial, robótica e uma interface cérebro-máquina
"Nosso objetivo final é fazer com que o robô faça a maior parte do trabalho e deixar o usuário encarregado dos detalhes: o que comer, onde cortar, quão grande deve ser o pedaço cortado", disse David Handelman, um roboticista sênior da JHM
"Ao combinar sinais de interface cérebro-computador com robótica e inteligência artificial, permitimos que o ser humano se concentre nas partes da tarefa que mais importam", completou
Francesco Tenore, neurocientista da John Hopkins e investigador principal do estudo Smart Prosthetics, afirmou que os próximos passos são fornecer um feedback sensorial adicional para que Chmielweski não precise depender da visão para saber se está sendo sucesso
"A ideia é que ele consiga fazer coisas como amarrar o sapato, da mesma forma que outras pessoas, sem ter de olhar para o que está fazendo", disse
O homem concedeu uma entrevista a JHM pouco antes do Dia de Ação de Graças, comemorado nos Estados Unidos em 25 de novembro, na qual refletiu sobre o significado desta pesquisa para indivíduos com mobilidade limitada
"Ser capaz de comer de forma independente e ainda conseguir interagir com a família é uma virada de jogo", afirmou
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