A Terra está passando por um ponto de sua órbita em que acontece a chuva de meteoros Lirídeos, que terá seu pico na madrugada de quarta para quinta-feira (22). O fenômeno, que acontece todos os anos no mês de abril, poderá ser acompanhando no mundo todo em locais com baixa luminosidade e sem o auxílio de qualquer equipamento como luneta ou binóculos.
O fato do planeta cruzar no espaço com fragmentos de rochas que entram na atmosfera pode parecer uma ameaça para a vida terrestre ou para o futuro do planeta, mas é algo mais parece contemplado do que para ser temido.
Segundo o professor Rodolfo Langhi, coordenador do Observatório de Astronomia da Unesp (Universidade Estadual Paulista), o fenômeno é inofensivo e os meteoritos são pequenos demais para causar algum dano.
“Essas partículas são muito pequenas, do tamanho de grãos de arroz e elas se queimam na atmosfera”, explica. Por isso, no geral, as chuvas de meteoros são inofensivas.
“Imagina que você está dirigindo um carro em uma rodovia e, de repente, você atravessa um enxame de abelhas. Algumas dessas abelhas vão atingir o vidro do seu carro. Imagina que a Terra é esse veículo e as abelhas são esses meteoros”, ilustra o professor.
A chuva de meteoros Lirídeos está sempre no mesmo ponto da órbita terrestre, e, por isso, é um fenômeno anual e esperado pelos astrônomos. Quando a Terra atravessa essa nuvem de pequenas rochas, algumas caem na atmosfera, queimam e se desfazem no ar.
Para um meteoro oferecer um risco ao planeta, teria que ser bem maior e não ser destruído na atmosfera antes de atingir o solo.
Há relatos pelo mundo de pessoas que foram atingidos pelos meteoritos, nome dado aos meteoros quando passam da atmosfera terrestre, mas a probabilidade de alguém morrer com o impacto é baixa.
Em 1908, um meteorito de grandes proporções caiu em uma floresta na região da Sibéria e devastou a área. Apesar do impacto da queda, não há uma cratera, o que indica que o meteorito explodiu antes de colidir com o solo.
Quando os meteoritos caem na Terra, pegam fogo e é possível acompanhar um breve rastro luminosos. Por isso, as chuvas de meteoros são popularmente conhecidas como estrelas cadentes, por parecer que uma estrela está caindo do céu durante a noite.
Com isso, desde os primórdios da humanidade, esses pontos brilhantes mexem com o imaginário das pessoas. E é até comum encontrar quem faça pedidos aos meteoros em chamas, mas, até agora, não há indícios de que os desejos se realizem.
Até agora, não há nenhum asteroide ou cometa que possa se chocar de maneira violenta com a Terra em um futuro próximo.
Apesar de alguns desses corpos rochosos cruzarem a órbita do planeta, nenhum deles passa na mesma época em que a Terra está rotacionando por aquela região, explica o professor Langhi.
“Pode ser que algum asteroide ou cometa venha em direção à Terra algum dia, mas por enquanto, nenhum dos milhares de corpos celestes catalogados pelos grandes telescópios tem um indicativo que um dia vai colidir com o planeta”, assegura o especialista.
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