29/09/2017

Gigantes da tecnologia enfrentam investigação sobre influência russa

Comitê de Inteligência do Senado convocou executivos das maiores empresas de tecnologia dos EUA
Comitê de Inteligência do Senado convocou executivos das maiores empresas de tecnologia dos EUA Reprodução/Wikimedia Commons

Na esteira da vitória do presidente Donald Trump e da possibilidade da influência russa sobre as eleições americanas, Google, Facebook e Twitter foram solicitados a depor nos Comitês de Inteligência do Congresso e da Casa Branca.

O assunto das investigações é justamente como o governo russo pode ter ajudado Trump — com ou sem a conivência dele — durante o processo eleitoral.

A audiência pública no Senado está marcada para 1º de novembro. Contas de Twitter usadas por agentes de inteligência russos, milhares de campanhas publicitárias no Facebook centralizadas em uma empresa de São Petesburgo e vazamentos de e-mails serão alguns dos assuntos provavelmente serão abordados.

“No mês que vem, faremos uma audiência pública com representantes de empresas de tecnologia para entender como a Rússia utilizou ferramentas para semear a discórdia e influenciar nossas eleições”, afirmou um comunicado do Senado.

A convocação é a culminação de investigações interna realizadas pelas próprias plataformas online. No dia 28, o Mark Zuckerberg veio a público para dizer que a empresa está trabalhando em conjunto com investigações do governo "sobre 3 mil anúncios de conteúdo político comprados por grupos com ligações com o governo da Rússia". Ao todo, pelo menos US$ 150 mil pode ter sido investido nesses anúncios.

Segundo o Daily Beast, uma das contas fingia ser uma organização muçulmana para atacar principalmente o senador John McCain, um conhecido opositor das políticas russas, insinuando que ele ajudava grupos terroristas. Hillary Clinton também estava entre os alvos, e uma publicação insinuava que ela admitiu que os EUA financiaram a al-Qaeda e o Estado Islâmico.

Em breve, o Twitter deve entregar uma relatório similar, descrevendo o funcionamento de contas ligadas à serviços secretos russos. Um estudo da Alliance for Securing Democracy (Aliança para Proteção da Democracia) revelado pelo New York Times, afirma que pelo menos 600 contas de Twitter, parte delas automatizadas, estão ligadas à agentes russos e ainda hoje estão em atividade.

Autoridades comentam que até agora o que se sabe deve ser "apenas a ponta do iceberg" da influência russa na política dos Estados Unidos. Isso indica que não deve demorar para surgirem leis de controle de publicidade online no país. A senadora Amy Klobuchar, por exemplo, propôs uma lei para redes online precisarem revelar quem pagou por propaganda política e quem foi impactado por ela.

Mas, até o momento, nenhuma das propostas atingiu a maioria dos políticos. Uma coisa é clara: o controle sobre as redes sociais deve se tornar mais intenso em breve, porque no momento não existe nenhuma legislação nos Estados Unidos que obrigue essas empresas a revelar qualquer dado mais concreto.

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