27/06/2018

Moda masculina de luxo cresce mais rápido do que feminina

Banda Migos se destaca por usar grifes como Louis Vuitton
Banda Migos se destaca por usar grifes como Louis Vuitton Divulgação

Marcas de luxo estão investindo cada vez mais em moda masculina, que está se expandindo mais rápido do que a feminina à medida que os estilos ficam mais descontraídos e peças de streetwear, como moletons, conquistam novos públicos.

Grandes casas de moda como os conglomerados franceses LVMH e Kering estão entre as marcas que estão contratando estilistas famosos e investindo em roupas para homens.

A Louis Vuitton, marca do grupo LVMH sediada em Paris, resumiu a tendência na série mais recente de desfiles de moda masculina, encerrados na semana passada com uma coleção do DJ e agora estilista, Virgil Abloh.

"É mais do que uma moda passageira. É uma tendência mais profunda", disse Sidney Toledano, chefe do grupo de moda da LVMH, nos bastidores de um desfile.

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"Existe uma demanda forte em toda a indústria de moda masculina, em todos seus moldes e formas, e que vem em parte de uma clientela mais jovem. Nós vemos isso muito claramente nas vendas".

As marcas da LVMH não divulgam detalhes sobre seus lucros, mas analistas estimam que a moda masculina representa entre 5 e 7 por cento da renda da Louis Vuitton, uma das grifes mais lucrativas do conglomerado. A Louis Vuitton não respondeu a pedido de comentário.

Já a Balenciaga, que fez sucesso com uma linha de tênis robustos e hoje é a marca do grupo Kering que cresce mais rápido, diz que atualmente os homens estão entre seus maiores consumidores, assim como os millennials - jovens de 20 a 35 anos de idade.

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A moda feminina continuou, entretanto, sendo o carro-chefe do mercado de 1,7 trilhão de dólares de vestuário e calçados em 2017, enquanto a masculina ficou com menos de um quarto desse valor, segundo dados do Euromonitor.

Mas, a empresa de pesquisa de mercado prevê que as coleções masculinas superarão as femininas entre 2017 e 2022, com as vendas subindo a uma taxa de crescimento anual composta de 2 por cento.

"Isto se deve ao fato de homens estarem colocando uma ênfase maior em sua aparência, algo alimentado pela ascensão das redes sociais, e porque os códigos de vestimenta masculina estão se suavizando globalmente", disse Marguerite Le Rolland, consultora de moda e beleza da Euromonitor.

(Reportagem de Sarah White, Feyi Adegbite e Johnny Cotton)

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