O ex-astronauta americano Buzz Aldrin está processando dois filhos e uma ex-empresária, dizendo que eles roubaram dinheiro e mancharam seu legado.
Buzz, "zumbido" em inglês, é o apelido de infância do coronel da Força Aérea americana Edwin Aldrin, um dos três integrantes da missão Apollo 11, que levou o homem, pela primeira vez, à Lua. Aldrin foi o segundo homem a pisar no satélite natural da Terra - seguindo o famoso "pequeno passo para um homem, mas salto gigante para a humanidade" de Neil Armstrong, em julho de 1969.
Aldrin entrou com a ação em um tribunal da Flórida uma semana depois que os filhos tentaram assumir, por vias judiciais, o controle das finanças do pai e tomar decisões em seu nome.
Os membros da família de Buzz Aldrin alegam que o ex-astronauta precisa de um representante legal por estar em "declínio cognitivo", sofrendo de confusão mental e paranoia. Aldrin, de 88 anos, disse ao Wall Street Journal que "ninguém vai chegar perto de pensar que eu deveria estar sob tutela".
Amores e negócios
Na ação, Aldrin argumenta que o filho Andrew, a filha Janice - ambos com 60 anos -, e a ex-empresária Christina Korp também tentam minar suas "relações amorosas", proibindo-o de se casar.
Os filhos, por sua vez, alegam no processo para interditar o pai que ele tem se associado a novos amigos que tentam separá-lo da família. Alegam ainda que Aldrin tem gastado dinheiro em "quantidades alarmantes".
No centro da disputa está a administração da empresa que leva o nome do ex-astronauta, a Buzz Aldrin Enterprises, e também sua organização sem fins lucrativos, a ShareSpace Foundation.
Segundo o jornal britânico Guardian, o filho é acusado por Aldrin de roubar quase meio milhão de dólares da conta pessoal de seu pai nos últimos dois anos.
Na ação, o ex-astronauta diz que o filho e a ex-empresária já vinham fazendo uso indevido de sua renda ao negociarem, sem autorização, memorabilia (objetos ligados a memórias) e artefatos espaciais. Diz ainda que eles fizeram isso por conta própria e para se enriquecer.
Aldrin diz ainda que Andrew e Chirstina o difamam há anos, com alegações de que ele sofre de demência e tem Alzheimer. Ele acusa o filho de estar explorando uma pessoa idosa "conscientemente, enganando-o ou intimidando-o" para privá-lo de suas posses. Já a filha do ex-astronauta é acusada de fraude e de não agir segundo os interesses financeiros do pai.
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O filho mais velho de Aldrin não está envolvido no processo.
O tribunal nomeou um especialista para avaliar a saúde mental do ex-astronauta. Em uma nota, os filhos negaram as acusações e disseram estar tristes pela ação "sem fundamentos" movida pelo pai.
"Pelo menos, nossa família é resiliente e nossa capacidade de trabalhar juntos para resolver problemas e realizar grandes coisas é forte", disseram os filhos de Aldrin.
"Amamos e respeitamos muito nosso pai e temos esperança de que podemos superar essa situação e retomar a firme relação que construiu esse fundamento."
Vida pós-Lua
Aldrin deixou a Nasa em 1971, voltou à Força Aérea e passou a dar palestras. Escreveu duas autobiografias, onde relata sua luta contra depressão e alcoolismo após deixar a Nasa. Junto com Armstrong e Michael Collins, seus companheiros na Apollo 11, ganhou uma estrela na Calçada na Fama em Hollywood (EUA).
Participou de programas de televisão, dublou a si mesmo no desenho animado Os Simpsons, e tem colecionado homenagens.
Aldrin sempre foi um ativo defensor da exploração espacial - em especial da ocupação humana de Marte.
Na semana passada, ele apareceu em um evento do Conselho Nacional do Espaço na Casa Branca, onde o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a formação de uma Força Espacial para servir como um segmento das Forças Armadas dos EUA.
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