A entrega de encomendas por drones é algo que vem sendo planejado há algum tempo. Em 2013, a gigante da internet Amazon publicou um vídeo em que pacotes eram entregues na porta da casa do cliente com o uso desse equipamento.
Por enquanto, esse tipo de serviço ainda não é uma realidade, mas uma empresa nacional pode ser uma das primeiras a levar encomendas por aeronaves não tripuladas.
A SMX, fundada pelo brasileiro Samuel Salomão, já realiza testes no transporte de cargas pelo ar preso em um drone.
"A ideia inicial é que os nossos drones sirvam para atender a área da saúde. Nós queremos levar suprimentos hospitalares e remédios de uma forma mais ágil. No futuro, esse serviço pode ser usado para outros tipos de entrega", diz o fundador da empresa.
Salomão afirma que os equipamentos usados conseguem decolar com uma carga de até dois quilos. Essa capacidade seria suficiente para entregar 80% das compras em lojas virtuais, segundo dados da Amazon.
Risco de acidentes
Pilotar um drone não é tão simples quanto brincar com um carrinho de controle remoto. O setor é regulado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e é preciso de autorização para voar.
Em um ano, foram registrados quatro casos em que aeroportos foram fechados por causa de aeronaves não tripuladas. O aeroporto de Congonhas, em São Paulo, um dos mais movimentados do país, chegou a ser fechado por uma hora e causou prejuízo de R$ 1 milhão, segundo a ABEAR (Associação Brasileiras das Empresas Aéreas).
Samuel orienta que é preciso conhecer e seguir as regras estipuladas pela Anac para fazer um voo com segurança. Também é preciso enviar com antecedência um plano de voo para o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) para que seja aprovado.
"Antes de decolar, nós enviamos um plano de voo para a aeronáutica. Uma vez autorizado, o piloto precisa seguir essas orientações de trajeto", explica Salomão.
Primeiros testes
A SMX realizou as primeiras entregas com o uso de drones em agosto deste ano. Durante um fim de semana, foram realizadas 33 entregas na pequena cidade de Rifaina, no interior de São Paulo. Antes de decolar, foi preciso ensinar para a população o que ocorreria naqueles dias.
"Nos dias que antecederam os testes, nós fizemos um trabalho de conscientização das pessoas sobre o que é um drone e como seriam realizados os voos com as encomendas", diz Salomão.
Diferentemente do que a maioria das pessoas imagina, as encomendas não chegarão na casa de quem fez o pedido.
"As entregas serão em locais específicos que atendem uma determinada região de uma cidade. Funcionará como um serviço de caixa postal dos correios, no qual é preciso ir até lá fazer a retirada", diz Salomão.
Os planos da empresa é que nos próximos anos seja possível realizar testes de entregas também em cidades maiores, mas Salomão diz que depende de um trabalho em conjunto com a aeronáutica e com as agência reguladoras para viabilizar o serviço.
Lazer x trabalho
Os drones usado por empresa não são os mesmo que podem ser cobrados na internet. Como a finalidade de levar e trazer coisas, a estrutura precisa ser mais robusta.
O modelo usado nos testes feitos pela SMX tem 1,5 metro de diâmetro, pesa 9 quilos e tem uma autonomia de 10 km com apenas uma carga de bateria.
"As pessoas precisam entender que o drone não é um brinquedo. É preciso ter autorização para voar e seguir as regras estipuladas pela Anac para não causar um acidente", diz Salomão.
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