25/02/2020

Cientistas encontram primeiro ser vivo que não precisa de oxigênio

Pesquisa foi realizada na universidade de Tel Aviv, em Israel
Pesquisa foi realizada na universidade de Tel Aviv, em Israel Divulgação/ Stephen Douglas Atkinson

Cientistas descobriram um parasita que quebra uma das regras básicas da biologia: seres vivos multicelulares precisam de oxigênio. O parasita nem ao menos tem o genoma que origina a mitocôndria, organismo responsável pela respiração.

Com o nome de Henneguya salminicola, o parasita pertencente à família das águas vivas e pode mudar a forma de analisar os seres vivos.

O fato de que podem existir seres vivos independentes de respiração baseada no oxigênio, que até o momento só foi encontrado na atmosfera terrestre, pode mudar a forma de procurar vida em outros planetas ou ambientes em condições extremas.

Como a respiração metabólica funciona

A respiração metabólica era até o momento a única fonte de respiração para os seres multicelulares, ou complexos, como podem ser chamados. A vida começou a desenvolver esse sistema há 1.45 bilhões de anos atrás, de acordo com pesquisa sobre a história da mitocôndria desenvolvida publicada pela revista Nature

As pesquisas apontam que a mitocôndria se juntou a outras bactérias em um sistema de cooperação e assim criou um novo tipo de ser vivo. Mas, pesquisadores da universidade de Tel Aviv, em Israel, apontam que o parasita descoberto perdeu essa função.

 

 

Como o parasita respira
Imagem monocromática dos parasitas
Imagem monocromática dos parasitas Divulgação/Stephen Douglas Atkinson

 

 

Utilizando tecnologia de ponta, os cientistas perceberam que a H. salminicola perdeu a capacidade de respirar e consegue sua energia da mesma maneira que um ser unicelular, mesmo sendo multicelular.

A forma com que isso acontece ainda é um mistério, mas, algumas teorias já existem. Uma possibilidades é que, como todo parasita, ela se alimentaria apenas da energia do seu parasita.

Descoberta essencial para a ciência

Além da descoberta de um ser independente do oxigênio, aparentemente o parasita sofreu um caso de “desevolução” com o tempo.

De acordo com Dayana Yahalomi, pesquisadora que encabeçou a pesquisa, o parasita veio de um ancestral possivelmente mais comum, como uma água viva e simplificou seus sistemas para sobreviver a ambientes hostis. 

"A, H. salminicola é uma oportunidade para entender como funcionam os processos evolutivos e principalmente como um ser pode passar de uma forma de respiração convencional para uma nova forma”, afirma Yahalomi.

A pesquisa completa sobre o parasita pode ser lida por aqui.

*Estagiário R7, sob supervisão de Karla Dunder

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