19/06/2018

Mulher supera a depressão ao fazer cosplay de personagens famosos

Tia Sol como Rita Repulsa, de Power Rangers
Tia Sol como Rita Repulsa, de Power Rangers Divulgação

Cosplay é coisa de criança e adolescente? Se depender da Solange Amorim, não. Aos 51 anos, ela não só é adepta dessa prática de caracterização, como também encontrou no hobby uma maneira de curar a depressão e ter mais autoestima.

Moradora de Manaus, ela comenta que conheceu os cosplay através dos filhos, que já se vestiam como os personagens preferidos de séries, desenhos animados e filmes em eventos temáticos.

Mas foi só quando uma amiga a desafiou a entrar nesse mundo que ela passou a acompanhar os filhos nas festas e investir em roupas inspiradas nas personagens da TV que ela admira.

— Como minha filha se tornou cosplay, sempre que tinha evento eu ia com ela. E uma amiga, sabendo da minha história com a depressão, me perguntou se eu tinha coragem de fazer um cosplay? Eu ri. Ela disse: "Estou falando sério". Minha resposta foi "Sim! Eu tenho!" Mas o que ganho com isso? Ela prontamente respondeu: "Se você fizer, pago sua roupa!"  

A primeira personagem que Tia Sol, como é conhecida, foi a dona do Piu-Piu. Depois disso, ela não parou mais e foi atrás de criar roupas inspiradas em Muriel, de Coragem - O cão covarde, e Yubaba, de A viagem de Chihiro.

Tia Sol vestida como Muriel, do desenho Coragem
Tia Sol vestida como Muriel, do desenho Coragem Divulgação

— A Muriel foi pelo carinho dela com seu cachorro e como, apesar do medo, o animal defende sua dona do perigo. E Yubaba pela personagem ser autoritária, segura de si, mas muito carinhosa com o bebê!

Solange, que é dona de casa, conta que a partir daí começou a recebes várias críticas positivas e viu sua página no Facebook crescer e ser frequentada por muitas pessoas que a apoiavam. Hoje, a fanpage dela na rede social está próxima de ter 80 mil curtidas.

— Tenho muitos jovens no meu face. Sempre me trataram com respeito, sendo eles cosplayer ou não. Os pais de alguns cosplayer são meu amigos. Com tudo isso, hoje posso dizer que sou muito feliz. 

Mas nem sempre foi assim. Sol não esconde de ninguém que, antes de entrar no mundo dos cosplay, tinha problema de aceitação com a própria aparência, o que também ocasionava episódios de depressão. A doença, segundo ela, já não é mais um problema. E a autoestima nunca esteve melhor.

Cosplay ajudaram a dona de casa a vencer depressão
Cosplay ajudaram a dona de casa a vencer depressão Reprodução Instagram

— Não gostava da minha aparência. Me achava muito feia, tinha baixa autoestima. Depois que eu fiz meu primeiro cosplay e vi minha foto sendo compartilhada e elogiada, eu não acreditava no que lia ou via. Olhava e me perguntava: "Como assim, eu estou levando alegria e deixando as pessoas felizes com tão pouco?" Fiquei o dia todo olhando minha foto. Foi quando, por um estalo de dedo, veio a resposta: "Você reclamando, se colocando pra baixo, se achando feia, enquanto umas 500 e poucas pessoas te mostram o contrário: levanta e vai ser feliz".

O apoio de amigos e da família foi essencial para que Sol continuasse fazendo cosplay. Segundo ela, sem isso ela não teria continuado a se caracterizar.

— Meus maiores fãs são meus filhos e minha mãe. Minha mãe, toda vez que me vê pronta, diz que estou linda e pareço uma princesa. Mesmo que eu esteja com roupa de bruxa. E meus filhos compartilham minhas fotos com grupos de amigos, sentem orgulho da minha pessoa.

R7 - Jovem

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