Se seguisse a tradição do universo que ele mesmo criou, Stan Lee poderia ressurgir amanhã em uma nova edição, com novos poderes. Infelizmente, a saga do norte-americano, pai do Homem-Aranha, Pantera Negra, Vingadores, X-Men e tantos outros, acabou nesta segunda-feira (12).
Aos 95 anos, Stanley Martin Lieber, criador do Universo Marvel e de centenas de personagens conhecidos em todo o mundo, deixou a vida e agora será lembrado pelo imenso universo que deixou para leitores e pelas participações que fez em todos os filmes com algum de seus 'filhos'.
O primeiro Vingador
Em 1939, quando tinha 17 anos, Stanley começou a trabalhar na Timely Comics, divisão de quadrinhos da editora Martin Goodman. Dois anos depois, em maio de 1941, publicou uma pequena história escrita na edição número 3 da revista Capítão América e, em julho, sua primeira história em quadrinhos.
Ele adotou o pseudônimo Stan Lee, uma brincadeira com Stanley, porque preferia guardar seu "nome oficial" para futuros trabalhos literários, teoricamente mais sérios, que ele acabou jamais fazendo.
Durante a Segunda Guerra, ele se alistou e foi parte da Divisão de Treinamento do exército norte-americano, onde ajudava a produzir manuais, filmes de treinamento, slogans e ocasionalmente elementos gráficos como cartazes e tirinhas.
A Era de Ouro
Após voltar à editora, agora chamada Atlas, Lee passou a década de 50 produzindo histórias de diversos gêneros, como terror, ficção científica, terror e faroeste. Segundo contou depois, ele estava insatisfeito e cogitou mudar de carreira.
O dono da editora, Martin Goodman, vendo o sucesso que histórias de super-heróis começavam a fazer sucesso, pediu que ele escrevesse histórias nesse gênero. Da esposa, recebeu o conselho de escrever histórias que ele mesmo gostaria de ler.
Em 1961, ele se uniu ao desenhista Jack Kirby. Juntos, eles criaram o Quarteto Fantástico e mudaram para sempre o rumo da cultura pop. A família de aventureiros transformada por raios espaciais, que muitas vezes brigava entre si mais do que contra vilões, mostrava a abordagem diferente que Lee fazia ao criar seus personagens. Estava lançada a Marvel Comics.
Personagens humanos
Ao contrário de como era o gênero até então, os heróis de Stan Lee eram humanos, tinham falhas de personalidade, brigavam, se reconciliavam e, às vezes, falhavam feio, mas jamais desistiam. O maior exemplo disso era o Homem-Aranha, que ele criou com o desenhista Steve Ditko em 1962.
Com uniforme, o Homem-Aranha salvava Nova York e seus habitantes das mais terríveis ameaças, sempre fazendo piadas. Sem a máscara, Peter Parker era um estudante tímido e desajeitado, ruim com as garotas e sempre sem um tostão no bolso.
Essa abordagem humana permitiu a Lee criar dezenas de personagens icônicos, como os X-Men, uma intensa crítica ao racismo e ao preconceito, o Hulk, subproduto da corrida nuclear. O Homem de Ferro era um bilionário, como o Batman da rival DC Comics, mas ao mesmo tempo mulherengo e alcoólatra.
Com isso, as histórias da Marvel ressoavam entre um público mais adulto. Além disso, todas as edições vinham com uma coluna que publicava as cartas dos leitores, aumentando o engajamento deles.
Ao criar os Vingadores, em 1964, Lee e Kirby uniram personagens novos aos já conhecidos Capitão América e Namor (criados durante a Segunda Guerra na época da Timely Comics) e formaram o principal pilar desse universo.
Últimos capítulos
Lee ficou na Marvel até 1996, quando se desligou para cuidar de projetos particulares. Mesmo após sair, ele fez aparições rápidas em quase todos os filmes gravados desde então com seus personagens. Ele também fez participações especiais em desenhos e videogames baseados em seus heróis.
Ele chegou a trabalhar com outras editoras, incluindo uma série especial em que ele reescrevia as origens de personagens da antiga rival DC, como Batman, Superman, Mulher-Maravilha e outros.
Conheça abaixo um pouco mais da trajetória de Stan Lee
R7 - Jovem
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