O Twitter anunciou na terça-feira (4) uma nova política para lidar com conteúdos sintéticos ou manipulados na rede.
Segundo a empresa, as novas regras proíbem o compartilhamento desse tipo de conteúdo com o objetivo de causar prejuízo, mas vêm acompanhadas de uma ferramenta que poderá eliminar, rotular e alertar sobre os tweets que tenham esse tipo de material.
O Twitter disse considera como conteúdo manipulado materiais que tenham sido "substancialmente editados" de forma que altere sua "composição, sequência, tempo ou enquadramento", com "informação visual ou sonora incluída ou eliminada" em relação ao original.
Em um esforço para já englobar também os chamados "deep fakes", as novas regras proíbem o compartilhamento de conteúdos que tenham sido fabricados ou simulados para representar uma pessoa.
Além, o Twitter poderá colocar indicações visuais em conteúdos multimídia para "dar informações às pessoas sobre a autenticidade do conteúdo e proporcionar conteúdo adicional".
Os "rótulos" em tweets que incluírem conteúdos manipulados começarão a funcionar no próximo dia 5 de maio, segundo o Twitter.
Para tomar a decisão sobre que mensagem será etiquetada, a empresa explicou que analisará se ela poderá "causar confusão ou mal-entendido" ou se é "uma tentativa deliberada de enganar as pessoas sobre a natureza ou origem do conteúdo".
Será avaliado também o "contexto" da publicação da mensagem: o texto que a acompanha, informações do perfil de quem a publicou e links incluídos pelo autor da postagem.
Caso a avaliação seja de que o conteúdo "pode causar danos", o Twitter afirma que ele poderá ser excluído da plataforma. Há alguns casos específicos citados, como ameaças físicas a uma pessoa ou grupo, risco de violência em massa ou de desordem civil generalizada.
Os tweets rotulados como manipulados poderão mostrar uma advertência aos usuários antes de realizar um compartilhamento ou "like". Outra opção, segundo a empresa, será reduzir a visibilidade daquela mensagem na rede social.
As regras foram elaboradas depois do Twitter se abrir para sugestões dos usuários em novembro do ano passado. Durante o processo, foram 6,5 mil mensagens enviadas à empresa, que pegou essas opiniões e consultou pesquisadores para determinar qual será o foco inicial da mudança na plataforma.
Os "deepfakes" estão cada vez mais presentes nas redes sociais. Estudo da Deeptrace, uma empresa de cibersegurança da Dinamarca, mostrou que 14.678 conteúdos do tipo foram publicados nos sete primeiros meses de 2019. O número é quase o dobro do registrado no mesmo período do ano anterior. EFE
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