Uma equipe de alpinistas que fazia trabalhos de limpeza de materiais deixados no Everest retirou cerca de 11 toneladas de resíduos e quatro corpos de escaladores que morreram no monte mais alto do mundo.
Uma equipe de 12 experientes alpinistas sherpas completou nesta segunda-feira (27) a limpeza em uma operação promovida pelo governo do Nepal e que começou em meados de abril.
"Junto com o lixo, também foram recuperados quatro corpos achados nos acampamentos situados nas partes mais altas do Everest e que foram levados a Katmandu na semana passada", disse à Agência Efe o diretor-geral do Departamento de Turismo nepalês, Dandu Raj Ghimire.
O projeto, que teve um investimento de mais de US$ 200 mil (cerca de R$ 800 mil), é a maior campanha de limpeza da montanha e a primeira promovida pelo governo do Nepal, afirmou.
Os resíduos serão transferidos à base do exército do Nepal no povoado de Namche Bazar, a 3.440 metros de altitude, e depois à capital do país para serem reciclados pela companhia especializada Doko Recycling.
Tudo o que foi coletado são resíduos deixados por centenas de alpinistas de diversos países que a cada temporada de primavera, entre abril e maio, época ideal para a escalada, gastam milhares de dólares para chegar ao pico mais alto do mundo deixando um rastro de lixo.
"Lixeira mais alta do mundo"
Durante os últimos anos, o Everest ganhou o infame título de "lixeira mais alta do mundo" pelas toneladas de equipamentos de escalada, cilindros de oxigênio e restos mortais de escaladores que morreram durante a escalada e cujos corpos não foram achados.
Em 2014, o governo impôs aos alpinistas uma regra: devem voltar do cume com pelo menos oito quilos de resíduos.
Antes de cada expedição, cada equipe deve pagar US$ 4 mil (cerca de R$ 16 mil) como depósito que é reembolsado depois que o escalador entregar a cota de resíduos, mas muitas equipes acabam deixando o lixo na montanha.
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